Muito mais que o cineasta que fez “Twin Peaks” uma das séries mais icônicas e esquisitas das últimas três décadas, com apogeu na década de 80 em clássicos como “Veludo Azul”, “Duna” e “O Homem Elefante”, além de um prolífico diretor de curtas-metragens, David Lynch é um artista plástico, pintor, escritor e se aventura em praticamente todos os aspectos de sua arte.
E de onde ele tirou seu estilo tão peculiar? É justamente o que esse documentário NÃO responde. Ele apenas engana o espectador.
Funciona mais ou menos assim: numa abordagem egocêntrica onde Lynch parece escolher onde e como faz a narrativa, ele simplesmente conta a vida dele desde a infância até as suas escolher artísticas. A pegadinha está em que cada evento pelo qual ele passa, por mais cotidiano e ordinário que seja é mesclado em imagem com algumas de suas obras que por relação causal criam afinidade com o artista naquele determinado momento. Para completar ainda há a trilha sonora de Jonatan Bengta que dá uma atmosfera soturna tais quais as obras do artista.
Só que tudo é mera estética, mera cortina de fumaça, pois quando reduzimos à essência do conteúdo, a vida de Lynch, não só transcorreu normalmente com seus altos e baixos como em qualquer outra pessoa, como muito menos explica suas escolhas artísticas, a não ser é claro, o próprio desejo de ser um artista.
Para os faz hardcore do diretor, tudo pode ser aproveitável, por mais pueril que seja, mas para quem gostaria de conhecer mais da relação de seu trabalho com a sua vida, quase nada há de se acrescentar, além de uma “capa” bem montada para pouquíssimo conteúdo.
Ficha Técnica
Elenco:
David Lynch
Lula Lynch
Edwina Lynch
Donald Lynch
Peggy Reavey
Direção:
Rick Barnes
vOlivia Neergaard-Holm
Produção:
Jon Nguyen
Jason S.
Sabrina S. Sutherland
Fotografia:
Jason S.
Trilha Sonora:
Jonatan Bengta