12 Horas Para Sobreviver – O Ano da Eleição (“The Purge: Election Year”)

Desde que James DeMonaco escreveu e dirigiu o ótimo “Uma Noite de Crime” em 2013, ele concebeu este como a primeira parte de uma trilogia. Haveria uma continuação, que foi o mediano “Uma Noite de Crime: Anarquia” e uma prequel (pré-sequência em português). Só que quando Frank Grillo aceitou reprisar o papel do militar Leo Barnes (o que teve o filho morto, buscou vingança e obteve redenção na segunda parte), DeMonaco viu aí uma oportunidade de continuar a história.

Ela se passa dois anos depois dos eventos de “Anarquia” onde Barnes é agora segurança da única política contra a noite do expurgo (aquelas 12 horas em que é permitido cometer qualquer tipo de crime, uma vez ao ano). Convenientemente antes das eleições, Barnes e sua equipe precisam proteger a senadora Roan (Elizabeth Mitchell da série “Lost”), pois o governo tentará matá-la de qualquer jeito, principalmente na noite em que toda atrocidade é permitida. Nesse interim, eles esbarram em outras pessoas desesperadas em salvar as suas vidas.

Esse é o primeiro filme da trilogia que não usa o título em português “Uma Noite de Crime” por dois motivos óbvios: primeiro, seus antecessores não foram tão difundidos assim nos cinemas (“Anarquia”, salvo engano, só saiu em home vídeo), o que por si só já tiraria o apelo. Existem alguns vínculos com os filmes anteriores, mas felizmente (ou infelizmente) “12 Horas Para Sobreviver” parece sobreviver (desculpe o trocadilho) sozinho, pois apesar de interessantes, os vínculos são pouco relevantes para história. O próprio Barnes que foi o atormentado protagonista do antecessor, aqui parece já outro homem e particularmente poderia ser vivido por qualquer outro ator. Mas o melhor vínculo de todos é justamente o menos conhecido: e chefe da gangue de rebeldes aliados Dante Bishop é ninguém menos que aquele em que a filha do personagem de Ethan Hawke deixa entrar na casa fugido dos assassinos no primeiro filme e um dos personagens que também tenta escapar da morte no segundo.

Dito isso, a finalização da trilogia (será?) faz de vez a transição do terror para a ação com pouca inovação, mas algum complemento. Há boas e rápidas sacadas como o turismo internacional proporcionado pela noite do expurgo e um pouco mais dos bastidores políticos por trás desse movimento. A quantidade de sangue parece diminuir a cada produção da série, trocando por um ritmo mais acelerado, com menos suspense e mais previsível, aproximando-se perigosamente de um filme B.

Mas até as falhas ficam na medida certa pra valer o ingresso que será melhor aproveitado com o conhecimento prévio das outras partes. Sem grandes expectativas, é capaz de satisfazer.

Ficha Técnica

Elenco:
Frank Grillo
Elizabeth Mitchell
Mykelti Williamson
Joseph Julian Soria
Betty Gabriel
Terry Serpico
Edwin Hodge
Kyle Secor
Liza Colón-Zayas
Ethan Phillips
Adam Cantor
Christopher James
Jared Kemp
Brittany Mirabile

Direção:
James DeMonaco

Produção:
Michael Bay
Jason Blum
Andrew Form
Bradley Fuller
Sebastien Lemercier

Fotografia:
Jacques Jouffret

Trilha Sonora:
Nathan Whitehead

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