Tentativa da Noruega de fazer um filme de terror que acabou pegando uma colagem mal feita do arroz com feijão que é feito por aí. Na Segunda Guerra Mundial, dois soldados alemães e um prisioneiro se perdem do batalhão na neve e encontram uma casa para se refugiar. O que eles não sabem é que aquela casa já foi palco de um exorcismo e a entidade está por lá até hoje.
Tudo o que é vantagem nessa produção consegue ser estragada por uma falha categórica de intensidade bem maior. Quase sem efeitos especiais, a não ser efeitos de iluminação ou edições, o terror investe em barulhos, vultos, ilusões e tudo o que mexe com a cabeça dos personagens. Só que nessa mistura, ninguém se entende, a não ser o fato de que o diabo quer levar os soldados à loucura e daí vale tudo, até looping temporal mal feito.
O roteiro parece ter sido escrito por pessoas diferentes em momentos diferentes porque cada cena tem um jeito diferente de se apresentar, o que prejudica a consistência da narrativa. Mas o pior é a péssima condução do diretor que faz cortes absurdos no meio de momentos tensos, fazendo com o que o espectador não saiba o que aconteceu: quando se vê, avançamos no tempo como se houvesse um hiato que jamais é preenchido. Ou pior: como se o espectador tivesse dormido e acordado em outro ponto do filme.
A trama do exorcismo não só é mal contada, como praticamente não tem uma ligação decente com os eventos, a não ser pelo fato de que é na mesma casa. Por mais maluca que seja a trama, existe uma estrutura estética e dramática que tem sua utilidade, o que faz de “A Casa” um filme que os devotos do gênero podem assistir nem que seja pra falar mal.
Infelizmente, apesar da boa intenção, como produto, ele não é nenhum pouco comercial, nem descamba pro cult ou para o trash: fica num limbo estranho que, na dúvida, melhor deixar pra lá.
Ficha Técnica
Elenco:
Mats Reinhardt
Frederik von Lüttichau
Sondre Krogtoft Larsen
Direção:
Reinert Kiil
Produção:
Reinert Kiil
Fotografia:
John-Erling H. Fredriksen
Trilha Sonora:
Kim Berg
Levi Gawrock Trøite
