A beldade já balzaquiana Nicole Kidman tem um talento inato para fazer filmes chatos. Até os filmes bons dela costumam ser chatos. E A Pele nem é tão bom assim.
É uma biografia fictícia da fotógrafa Diane Arbus, conhecida pelos temas bizarros do seu trabalho. O filme tenta explicar de forma irreal (e falha miseravelmente) essa devoção pelo estranho através dos conflitos dessa dona de casa que numa guinada resolve fotografar um estranho vizinho que tem hipertricose (pele recoberta de pelos em excesso) e acaba se apaixonando por ele.
Além de longas tomadas que pouco dizem (são quase duas horas de duração) a interpretação de Kidman é equivocada, pois transforma o que seria uma personagem em conflito, numa mulher superficial e sem escrúpulos, capaz de abandonar toda a família sem o mínimo de consideração e ainda colocar a culpa na sociedade da época. A dignidade do filme se encontra na ótima interpretação de Robert Downey Jr (de “Zodíaco”) como o perturbado vizinho. Mas ainda foi longe de salvar a produção do ostracismo que merece.
Ficha Técnica
Elenco:
Nicole Kidman
Robert Downey Jr.
Ty Burrell
Direção:
Steven Shainberg
Produção:
Laura Bickford
Patricia Bosworth
Andrew Fierberg
William Pohlad
Bonnie Timmermann
Fotografia:
Bill Pope
Trilha Sonora:
Carter Burwell
