É a continuação cinematográfica da série Millenium que não precisava ter existido. Longe de ser ruim, mas claramente inferior aos outros dois, principalmente pelo mote e pela narrativa. É usado aqui um dos clichês mais conhecidos das continuações de produções de ação ou suspense: ao resolver as questões levantadas na parte anterior, o espectador vai descobrir que existe um nível acima na tal organização responsável pelo tráfego humano que pretende matar Lisbeth (Noomi Rapace) e Mikael (Michael Nyqvist).
Praticamente Lisbeth passa o filme inteiro na prisão, enquanto Mikael tenta descobrir quem está comando da tal organização, só que conta com poderosos aliados. E é justamente essa quantidade de aliados que esvazia muito do clima de tensão, pois o público não deve conseguir perceber tanto perigo para nossos heróis, quanto havia sentido ao longo da saga.
O diretor Daniel Alfredson que em “A Menina que Brincava com Fogo” já mostrava sinais de incompreensão do ritmo narrativo, aqui agrava mais ainda e transforma os 140 minutos de filme em algo mais difícil de acompanhar.
O que consegue manter a obra num patamar no mínimo mediano, mas ainda acima da média é a própria dupla de protagonistas. Não apenas pelo talento dos artistas, como pela elaborada construção feita pelo roteiro desde o início da série que faz com que a plateia tenha uma enorme afinidade e, independente do andar da história, importe-se com o destino deles e tenha um carinho muito especial. Ajuda, inclusive, alguns certeiros flashbacks dos capítulos passados da série.
Portanto, com todas as falhas de direção e uma história bem menos densa, ainda assim o espectador deve sair com, no mínimo, uma boa impressão do desfecho dessa saga que deve deixar saudade.
Ficha Técnica
Elenco:
Michael Nyqvist
Noomi Rapace
Lena Endre
Annika Hallin
Jacob Ericksson
Sofia Ledarp
Anders Ahlbom
Micke Spreitz
Georgi Staykov
Mirja Turestedt
Direção:
Daniel Alfredson
Produção:
Søren Stærmose
Fotografia:
Peter Mokrosinski
Trilha Sonora:
Jacob Groth
