Hugh Dancy de “Delírios de Consumo de Becky Bloom” é Adam, um jovem que sofre da Síndrome de Asperger. Por sinal, a mesma doença de Max, da animação “Mary & Max“. Para quem não sabe, a Síndrome de Asperger é uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo, porém que prejudica o relacionamento social.
Após perder o pai, seu único membro da família que lhe restava, Adam deve vencer todos os obstáculos que sua condição lhe impõe para morar sozinho. O mundo de Adam é virado do avesso quando uma linda mulher, Beth (a adorável Rose Byrne de “X-Men – Primeira Classe“) se muda para o apartamento do lado. Do encontro dessas duas pessoas tão estranhas, vai surgir um improvável e bonito relacionamento.
Com uma narrativa envolvente o diretor de TV Max Mayer, o qual também roteirizou a obra, estréia no cinema com consistência de quem sabe o que quer, tornando crível uma situação aparentemente difícil, já que a carência de Beth talvez não fosse suficiente para se envolver com Adam. Mesmo assim, o roteiro calca sua base na realidade, provocando um terceiro ato deveras tocante e com um desfecho justíssimo que completa a jornada dos personagens.
Destaque para o primeiro trabalho de valor no cinema do compositor Christopher Lennertz que até então só havia feito trilhas para comédias besteiróis e outras bobagens como “Marmaduke“. Ele consegue captar de forma carismática e minimalista a realidade do casal.
“Adam” é daqueles dramas em que o espectador se envolve profundamente com o protagonista e se prende a uma bonita história que, mesmo contada de forma um tanto burocrática, não deixa de cativar. Recomendado.
[rating:3.5]
Ficha Técnica
Elenco:
Hugh Dancy
Rose Byrne
Peter Gallagher
Amy Irving
Frankie Faison
Mark Linn-Baker
Direção:
Max Mayer
Produção:
Miranda de Pencier
Leslie Urdang
Dean Vanech
Fotografia:
Seamus Tierney
Trilha Sonora:
Christopher Lennertz
