O início desde romance situado após a 2ª Guerra Mundial começa com uma das mais belas trilhas e composições de imagens através da parceria do desconhecido compositor Samuel Barber com o também obscuro diretor Terence Davies.
Conhecemos então Hester (Rachel Weisz de “360” com 44 anos e ainda apaixonante), mulher do rico advogado William (Simon Russell Beale de “Sete Dias com Marlyn”) que encontra o inconsequente ex-soldado Freddie (o eterno Loki de “Thor”, Tom Hiddleston) pelas noites da vida e se apaixona perdidamente, abandonando o esposo e vivendo um turbulento romance.
O trio de protagonistas tem desempenhos excelentes, mas é a atormentada Hestel de Weisz que se faz visceral, vivenciando o amor em sua forma mais torpe, inexplicável e submissa. A atriz abraçou o papel com uma voracidade digna de prêmios.
Mesmo com todas essas qualidades, faltou o roteiro dar um conteúdo mais consistente. As idas e vindas do casal de amantes satura o espectador e piora quando o diretor tenta alterar a cronologia do filme para dar algum dinamismo. Chega ao ponto de confundir o público, principalmente nos eventos que permeiam a tentativa de suicídio da protagonista mostrada logo no início. Chega uma hora que o fato fica espremido no tempo e fica até difícil entender qual o momento exato aconteceu. As discussões são recorrentes, seja entre Hester e Freddie ou com William como se um terço do filme fosse uma mera reprise alterada do terço anterior.
“Amor Profundo” se calca nas maravilhosas performances, em algumas belíssimas composições audiovisuais, mas escorrega numa história que não tem muito a dar, repetindo-se até um final que procura ser emblemático, mas sem o êxito desejado
Ficha Técnica
Elenco:
Rachel Weisz
Simon Russell Beale
Tom Hiddleston
Harry Hadden-Paton
Sarah Kants
Oliver Ford Davies
Barbara Jefford
Direção:
Terence Davies
Produção:
Sean O’Connor
Kate Ogborn
Fotografia:
Florian Hoffmeister
Trilha Sonora:
Samuel Barber
