Até o Último Homem (“Hacksaw Ridge”)

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Algumas adaptações de histórias reais precisam de um tapa de Hollywood para se tornarem atraentes ao grande público. Outras são tão fantásticas que foi necessário editar algumas partes para se tornar mais crível, como é o caso da história de Desmond Doss, um jovem que se alistou no exército para lutar na 2ª Guerra Mundial contra os japoneses como médico, mas que por suas crenças como adventista fez questão de não carregar nenhuma arma e ainda sim, salvou cerca de 75 pessoas das linhas de batalha.

Após uma lacuna de dez anos com “Apocalipto”, Mel Gibson (“Herança de Sangue”) ressurge como aquele diretor que gostamos imprimindo cenas de batalha tão realistas que lembram a abertura do já clássico “O Resgate do Soldado Ryan” de Steven Spielberg.

O ex-Homem-Aranha Andrew Garfield é o protagonista que passa metade do filme lutando pelo direito de servir ao exército mesmo com crenças diferentes das impostas pelo governo americano e a outra metade propriamente na batalha. Aliás, Garfield mostra um desempenho surpreendente (tanto que foi indicado ao Oscar) que mistura uma sistemática introspecção aliada a uma coragem sem precedentes. Entretanto o destaque fica para o sempre correto Hugo Weaving (“O Hobbit”) como o problemático pai de Doss e que por sinal foi injustiçado em não ter recebido nenhuma indicação. Outra surpresa (mas só por ser surpresa mesmo) foi a escalação do ator cômico Vince Vaughn (“Negócios Fora de Controle”) para o papel do Sargento Howell, onde ele ainda exibe sua veia cômica sendo uma espécie de alívio para o drama.

O roteiro consegue desenvolver a história ao ponto do espectador acreditar que Doss, como adventista, realmente teve traumas e ensinamentos que o levaram a tão controversa decisão (de não usar armas). E então, tudo o que se desenrolas depois tem um peso de realidade, com efeitos especiais que trouxeram a pura e explícita violência dos campos de batalha para a telona.

Talvez o único (ou maior) problema a apontar – o que ocorre na maioria de exemplares desse gênero – é aquele excesso de patriotismo que se parece mais com uma propaganda militar americana e algumas vezes, principalmente na primeira metade, chega a incomodar.

Até o Último Homem” é tão bom que passa suas pouco mais de duas horas voando, graças a direção carismática de Mel Gibson que consegue levar toda a narrativa num ritmo afinado e entrega exatamente aquilo que o espectador quer.

Curiosidades:

– A parte fantástica da história real que foi cortada porque Gibson achava que o espectador não ia acreditar foi quando Doss foi atingido pela granada. Isso aconteceu três semanas depois do primeiro grande salvamento dele (mostrado no filme) na conquista de Okinawa e ele não conseguiu ser socorrido na hora, tendo que esperar 5 horas. No momento que estava sendo carregado, viu um ferido e desceu da maca para ajudar, sendo baleado por um sniper. Ele fez um torniquete, usou um rifle como muleta e se arrastou por quase 300 metros até a base de tratamento, retornando depois para resgatar o outro soldado machucado.
– Na história real, Doss realmente perde a sua Bíblia no incidente que o feriu, porém ela só foi achada dias depois e não na hora como o filme mostra.
– O filho de Mel Gibson, Milo Gibson faz sua estréia no cinema como um dos soldados.
– O soldado Rycker (Luke Bracey) diz em vários momentos num tom de bulliyng ou brincadeira que a esposa de Doss, Dorothy (Teresa Palmer) é muito bonita e que ele ficaria com ela se eles se encontrassem. Ironicamente eles formam o par Bracey e Palmer formaram o par romântico de “Caçadores de Emoção: Além do Limite”.

Ficha Técnica

Elenco:
Andrew Garfield
Teresa Palmer
Vince Vaughn
Hugo Weaving
Sam Worthington
Richard Roxburgh
Milo Gibson
James Lugton
Rachel Griffiths
Dennis Kreusler
Firass Dirani
Michael Sheasby
Luke Pegler
Ben Mingay
Luke Bracey
Nico Cortez
Goran D. Kleut
Harry Greenwood
Damien Thomlinson
Ben O’Toole

Direção:
Mel Gibson

Produção:
Paul Currie
Bruce Davey
William D. Johnson
Brian Oliver
David Permut

Fotografia:
Simon Duggan

Trilha Sonora:
Rupert Gregson-Williams

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