A Porta do Inferno (“Baskin”)

Terror turco muito doido onde um grupo de policiais amigos vão atender a um chamado numa casa abandonada e se deparam com uma seita satânica.

Só essa premissa poderia servir de único fio condutor da história, mas o roteiro meteu à força uma espécie de trama paralela subjetiva cíclica onde um dos policiais quando era criança recebeu uma visita – em seu sonho ou na realidade – do líder da seita (ou pelo menos é o que parece) e que também tem a ver com um amigo seu que morreu na juventude. Isso são pitadas ou cacos de história que são introduzidas, mas que na verdade não tem muita relevância a não ser esticar um filme que por si só já tem uma duração de 90 minutos.

Acaba tendo dois efeitos práticos: para os otimistas, fica aquele clima de pesadelo infinito que sozinho pode se considerar como uma ambientação macabra. Entretanto para os pessimistas ou realistas (meu caso), seria bem melhor se toda essa trama paralela tivesse o mínimo de conexão com os eventos principais. Eles se juntam mais como uma sinistra “rima” audiovisual do que dentro de uma contextualização.

Existem claras inspirações como “A Bruxa de Blair”, “O Abismo do Medo”, entre outros, mas as referências são mais para que o espectador se lembre dessas mais famosas produções do que agregam na história (por exemplo, o policial batendo a cabeça na parede, que não tem sentido algum, muito menos uma continuação sobre o que acontece com ele depois).

Os efeitos especiais são simples, mas bem feitos e até algumas tomadas de câmeras são criativas. Inclusive o vilão, que é o líder da seita, é interpretado por um ator que tem uma rara condição em sua pele, o que o deixa exatamente com aquela aparência sem a necessidade de nenhuma maquiagem.

A Porta do Inferno” tem lá suas boas intenções, mas ao invés de abraçar uma narrativa única e pé no chão, quis se tornar cult e subjetivo e acabou desenvolvendo poucos todas as frentes que criou.

Curiosidades:

– O líder da seita, tanto em aparência quanto em personalidade foi inspirado no personagem de Marlon Brando como Colonel Kurtz do clássico “Apocalypse Now”.
– A equipe de filmagens não tinha permissão para filmar em algumas locações, o que adicionou um nível de stress extra em todos.
– A sequência do acidente do lado foi a mais complicada de se fazer por conta do fato de ser de noite e estar muito escuro. Das 28 noites de filmagem, metade delas foi só pra concluir essa cena.
– Quando um dos policiais recebe uma facada no olho, a música que toca ao fundo é a trilha do clássico do terror trash “Holocausto Canibal”.
– A morte de cada personagem reflete um pecado que eles contam na longa conversa que se passa logo no início do filme.

Ficha Técnica

Elenco:
Mehmet Cerrahoglu
Görkem Kasal
Ergun Kuyucu
Muharrem Bayrak
Fatih Dokgöz
Sabahattin Yakut
Berat Efe Parlar
Sevket Süha Tezel
Seyithan Özdemir
Sevinc Kaya
Mümin Kaar
Fulya Peker
Fadik Bülbül
Elif Dag

Direção:
Can Evrenol

Produção:
Todd Brown
Müge Büyüktalas

Fotografia:
Alp Korfali

Trilha Sonora:
Ulas Pakkan

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