É difícil de acreditar que “Che – Guerrilha” é uma continuação direta de “Che – O Argentino” e mais, que na verdade ambos fazem parte do mesmo filme. O primeiro é tudo o que este segundo não foi.
Após a Revolução Cubana, Ernesto Guevara (Benicio Del Toro de “O Lobisomem“) desaparece para surgir na Bolívia, onde arregimenta um grupo de bolivianos que, junto com alguns cubanos que desembarcaram no país, planejam uma revolução latino americana.
Se em “O Argentino“, o diretor Steven Soderbergh usou sabiamente uma narrativa não linear (principalmente no célebre discurso de Che na sede da ONU) para disfarçar a lentidão da estratégia de guerra naquela produção já longa por natureza, em “Guerrilha“, ele deixa rolar 135 minutos sem absolutamente nenhum atrativo e abusa de conversas entre coadjuvantes desinteressantes, fazendo do protagonista quase um figurante e contando com pontas de luxo como o amigo Matt Damon. Os próprios desdobramentos dos eternos preparativos de ambos os lados mais confundem do que ajudam o espectador que depois de uma hora, já deve estar exausto. E olha que a duração completa é de 135 minutos.
Praticamente todo em caráter documental,Soderbergh ainda perde a oportunidade de inserir algum tipo de trilha sonora mais atraente para tentar, por ais que fosse em vão, prender o público à trama. As próprias batalhas fora filmadas de forma tediosa que se o diretor quisesse logo terminar sua obra de qualquer jeito.
Assim, sai prejudicada a obra como um todo e a platéia. “Che – Guerrilha” é uma obra que beira a mediocridade e a megalomania de onde só se conclui que seus realizadores desaprenderam como se fazer algo consistente mesmo que para públicos seletos. Não agrada nem a gregos, nem a troianos.
[rating:1.5]
Ficha Técnica
Elenco:
Benicio del Toro
Carlos Bardem
Demián Bichir
Joaquim de Almeida
Catalina Sandino Moreno
Rodrigo Santoro
Matt Damon
Direção:
Steven Soderbergh
Produção:
Laura Bickford
Benicio Del Toro
Fotografia:
Steven Soderbergh
Trilha Sonora:
Alberto Iglesias
