Chupa essa manga Nicholas Sparks! O romance mais meloso do ano (e isso não é ruim) vai para a autora Jojo Moyes que pegou carona em livros do próprio Sparks que já viraram adaptação para cinema como “Um Amor para Recordar” e até mesmo o sucesso de 2014 “A Culpa é das Estrelas” e fez uma mistura certeira para o coração dos casais e para zerar os estoques de lenços do cinema.
Emilia Clarke (do último “Exterminador do Futuro” e famosíssima por “Game of Thrones”) é Lou, uma jovem tagarela e atrapalhada que depois de ter rodado muitos empregos, consegue um como cuidadora do ricaço e também jovem Will Traynor (Sam Claflin de “O Caçador e a Rainha do Gelo”) que teve seu futuro ceifado após um acidente de moto onde ficou tetraplégico.
Seguindo a linha tradicional do primeiro vamos nos odiar pra depois nos amar, os jovens se apaixonam, mas Lou desconhece as verdadeiras intenções do rapaz para a sua própria vida. Se alguém fez alguma analogia da garota recatada versus milionário bonitão com “Cinquenta Tons de Cinza”, qualquer coincidência é mera semelhança. Mas “Como Eu Era Antes de Você” está a anos luz à frente em todos os aspectos: a dinâmica é infinitamente mais natural e orgânica, o ator Sam Claflin paralisado tem muito mais carisma e melhor atuação que o Sr. Grey de Jamie Dornan em movimento.
E tome Ed Sheeran na veia com não só um, mas seus dois sucessos – Thinking out loud e Photograph – pra turbinar as lágrimas do público e mais outras músicas como a mais recente do Imagine Dragons e composições de Craig Armstrong (“Longe Desse Insensato Mundo”), além das belíssimas paisagens fotografadas por Remi Adefarasin (“Orgulho e Preconceito e Zumbis”).
O primeiro ato faz uma ótima crítica ao jeito americano de não ver filmes legendados e o roteiro traz ainda algumas gratas surpresas bem-humoradas. Por isso mesmo não se deve esperar a mesma profunda discussão sobre temas delicados como é tratado no livro, pois, por incrível que pareça, as quase duas horas de filme passam voando.
“Como Eu Era Antes de Você” traz uma química inconteste entre os personagens (todos e não só os dois) e cumpre a missão de emocionar (mesmo que manipulando o espectador) e ao mesmo tempo ser incrivelmente leve, por não abordar as discussões sérias com maior profundidade, o que deve dividir opiniões. Já deve ser o romance do ano.
Curiosidades:
– (Não vou tratar isso como SPOILER, pois é algo muito pequeno): Há uma cena onde o pulso de Will aparece com uma cicatriz o que indica que ele teria tentado se matar após o acidente. Mas como isso seria possível se ele é tetraplégico? O livro explica: ele haveria encontrado um prego numa parede na altura de seu pulso e daí ele foi lá com a cadeira rasgando a sua pele.
– 1 dia após o lançamento do trailer, o livro original passou da posição #141 dos mais lidos nos EUA para #3.
Ficha Técnica
Elenco:
Sam Claflin
Emilia Clarke
Vanessa Kirby
Eileen Dunwoodie
Pablo Raybould
Gabrielle Downey
Henri Charles
Samantha Spiro
Brendan Coyle
Jenna Coleman
Alan Breck
Matthew Lewis
Muzz Khan
Janet McTeer
Charles Dance
Direção:
Thea Sharrock
Produção:
Alison Owen
Karen Rosenfelt
Fotografia:
Remi Adefarasin
Trilha Sonora:
Craig Armstrong
