Divergente (“Divergent”)

Desde os livros que culminaram na “Saga Crepúsculo”, autores de toda ordem tentam pegar elementos parecidos (temas sobre divisão e conflitos entre raças / castas, heróina adolescente, amor difícil de concretizar) para lançar best sellers e suas respectivas adaptações para o cinema.

Como acharam o caminho certo em “Jogos Vorazes”, decidiram que o próximo passo seria esta trama análoga que não deixa de ter seu apelo: num futuro alternativo onde o mundo foi devastado pela guerra, a cidade de Chicago construiu fortes muros e dividiu e sociedade em quatro facções e quando se chega na maior idade, os jovens devem decidir via teste e vontade própria a qual casta devem pertencer. Aqueles cujo teste dá inconclusivo são chamados de divergentes, constituindo uma ameaça para a sociedade e precisam ser eliminados.

Tris (Shailene Woodley de “Os Descendentes”) é uma jovem divergente que teve o resultado de seu teste adulterado para não ser eliminada. Ao chegar em sua nova casta, ele deve aprender a sobreviver e acaba descobrindo uma conspiração para uma limpeza ética, tendo que contar com a ajuda de seu instrutor e óbvio interesse amoroso Quatro (Theo James de “Anjos da Noite 4”).

O diretor Neil Burger (“Gente de Sorte”) conseguiu conduzir as mais de duas horas de filme sem que parecesse muito cansativo. Por outro lado o ritmo se mostra bastante irregular com os dois primeiros atos com bastante espaço para narrativa e um último ato onde tudo parece se resolver de supetão, revelando certos clichês até então bem escondidos.

Como todo enredo do gênero até agora, este define muito bem as regras, porém não as contextualiza. Não se investe nenhum segundo para se entender o motivo da divisão das castas, como estas funcionam (tem princípios básicos, mas muito superficiais que dá margem para se perguntar onde estariam médicos, engenheiros, mecânicos e por aí vai) e qual a diferença dos divergentes para os sem facção. Todas as explicações que o público alvo adolescente não deve fazer questão em saber, mas que um bom roteiro que se preza deveria conter.

O desfecho deixa mais perguntas do que respostas, o que já era esperado para a potencial continuação, caso o original faça sucesso. “Divergente” tenta se manter no mesmo lugar seguro que as produções bem sucedidas do gênero, cometendo quase os mesmos erros e acertos. É torcer para que a próxima parte venha com mais acertos.

Ficha Técnica

Elenco:
Shailene Woodley
Theo James
Ashley Judd
Jai Courtney
Ray Stevenson
Zoë Kravitz
Miles Teller
Tony Goldwyn
Ansel Elgort
Maggie Q
Mekhi Phifer
Kate Winslet
Ben Lloyd-Hughes
Christian Madsen
Amy Newbold

Direção:
Neil Burger

Produção:
Lucy Fisher
Pouya Shabazian
Douglas Wick

Fotografia:
Alwin H. Küchler

Trilha Sonora:
Junkie XL

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