Jurassic World: Reino Ameaçado (“Jurassic World: Fallen Kingdom”)

O novo filme da franquia “Parque dos Dinossauros” – o quinto – mostra o quanto ela está saturada. A maioria dos conceitos práticos não são novidades. Aliás, parece que este é uma coletânea de melhores momentos dos demais filmes da franquia, principalmente quando o diretor espanhol J.A. Bayona do ótimo “Sete Minutos Depois da Meia Noite” tenta homenagear o original de Steven Spielberg em 1993, soando ainda mais igual. Foi o primeiro escorregão da carreira do diretor. Não que o filme seja ruim, mas está bem abaixo de sua filmografia.

A narrativa se divide em duas partes, tal qual o trailer já mostra: a primeira na ilha onde a dupla Owen e Clair (Chris Pratt e Bryce Dallas Howard) tentam resgatar os dinossauros que podem para evitar sua extinção por conta de um vulcão em erupção que pode acabar com a ilha. A segunda parte é quando eles são levados para uma grande propriedade de um dos criadores originais do Parque dos Dinossauros, pois foram enganados pelo maquiavélico Mills (Rafe Spall de “O Grande Gigante Amigo”), o qual pretende vender os animais para vários fins escusos, além de estar criando uma espécie de dinossauro mortal totalmente nova.

Todo clichê ou cena de impacto ou as mais emblemáticas das outras produções da série tem a sua releitura em “Reino Ameaçado”, o que não deixa de ser um incômodo, seja na icônica cena do retrovisor, ou quando os mocinhos são salvos por um dinossauro que ataca aquele que estava atacando os personagens e até mesmo quando dois dinossauros destroçam um determinado personagem.

Apesar de incrementar em suspense (especialidade do diretor), a ação e objetividade aqui aparecem em escalas bem menores e bem previsíveis. Há alguns momentos que mostram o brilhantismo de J.A. Bayona: mesmo tornando-se repetitivo, é interessante como em três ou quarto cenas ele usa a iluminação (seja com a lava e raios ou sombras) para revelar as criaturas da forma mais tensa possível, ou na cena em que a cabeça de uma delas reflete exatamente no rosto de uma personagem, ou até mesmo na brilhante (mas absurda) cena de pesadelo onde o geneticamente criado Indoraptor invade o quarto de uma criança.

Mesmo com esses entraves, a produção acaba sendo um genérico de ação que não decepciona, entretanto, tinha potencial de explorar justamente algumas tramas originais que nunca decolam, como por exemplo, a discussão sobre dinossauros clonados terem o mesmo tipo de tratamento que animais comuns, ou se a genética evoluiu a esse ponto para criar espécies que já não existem mais, já poderíamos ter clones humanos? Esses temas, ao invés de serem tratados como fundamentais, o que levaria o filme a um novo rumo dramático, parecem ser meras alavancas para os fins convenientes do roteiro.

Destaque para a excelente trilha sonora de Michael Giacchino (“Viva: A Vida é Uma Festa“) que resgata o original de John Williams e potencializa em torno de uma nova criação, sendo peça fundamental para ditar tom da cena.

O desfecho talvez seja o mais poderoso, mesmo que vindo com um pouco de cansaço de quase duas horas de melhores momentos da franquia nos momentos não tão melhores assim, mas denota ser parte de uma trilogia que ainda pode surpreender. Veremos.

Ficha Técnica

Elenco:
Chris Pratt
Bryce Dallas Howard
Rafe Spall
Justice Smith
Daniella Pineda
James Cromwell
Toby Jones
Ted Levine
Jeff Goldblum
BD Wong
Geraldine Chaplin
Isabella Sermon
Robert Emms
Peter Jason

Direção:
J.A. Bayona

Produção:
Belén Atienza
Patrick Crowley
Frank Marshall

Fotografia:
Oscar Faura

Trilha Sonora:
Michael Giacchino

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