Kingsman: O Círculo Dourado (“Kingsman: The Golden Circle”)

O roteirista e diretor Matthew Vaughn, responsável também pelo antecessor, escolheu exatamente a mesma premissa, sem tirar nem pôr uma vírgula. Claro que o resultado ficou ótimo, mas há anos luz do primeiro. Há um mesmo tipo de vilão pitoresco, inclusive com seu assecla com um dos membros mecânico, o mesmo tipo de ação e lutas frenéticas (mas nenhuma se compara à sequência da igreja no original) e até mesmo uma descobreta de uma agência internacional de espiões, só que a análoga americana à Kingsman chamada Statesman nos EUA.

O vilão da vez é uma mulher, Poppy (Julianne Moore de “Jogos Vorazes”) que aqui tenta parecer uma Ana Maria Braga sob efeito do crack, mas não parece ter encontrado a nota certa. Ela enche o mercado de drogas com uma substância mortífera e chantageia o presidente dos EUA para dar o antídoto. Pra completar, destrói todos os QGs da Knigsman, com apenas Egsy e Merlin conseguido escapar. Eles então recorrem a uma misteriosa agência americana, chamada Statestman, que nada mais é que sua “prima” americana, por assim dizer. Curiosamente o roteiro prevê a destruição de Kingsman como potencial ameaça aos planos de Poppy, mas esquece da Statesman, o que não deixa de ser uma falha.

Para adocicar a boca do espectador, o filme acerta em trazer o personagem de Colin Firth – Harry – de volta, mesmo que de forma um tanto desastrada. O senso de humor continua impecável e os efeitos especiais sempre de primeira linha, fazendo com que os aspectos técnicos consigam sempre elevar o nível da produção. O elenco também se engaja em seus papéis, apesar de resultados irregulares, principalmente com bons coadjuvantes tendo papéis pequenos ou irrelevantes como é o caso de Halle Berry (“O Sequestro”) e Channing Tatum (“Ave César!”) que pouco ou nada agregam no roteiro, mesmo com várias oportunidades. Por outro lado, destaque para a hilária participação do cantor Elton John e Mark Strong como Merlin, talvez o mais interessante personagem da saga.

O desfecho tem pequenas e boas reviravoltas, mas ainda se bate nas motivações dos personagens que demoram a convencer. “Kingsman: O Círculo Dourado” é engraçado, dinâmico, não decepciona, porém vai estar sempre à sombra de seu antecessor por não trazer nada de novo.

Curiosidades:

– Numa cena íntima entre Egsy e a namorada do vilão (interpretada por Poppy Delevigne, sim, irmã de Cara), o ator Taron Egerton se recusou a fazê-la e a mão que o espectador vê entrando em suas partes íntimas é do marido de Poppy.
– E não deixa de ser coincidência que a vilã se chama Poppy e uma das atrizes do elenco também.
– As fachadas do esconderijo de Poppy são decoradas com títulos de músicas de Elton John.
– No jatinho dos Statesman, é servida uma vodka da marca Born and Bred, a qual pertence ao ator Channing Tatum.
– Coincidentemente é o terceiro filme em 2017 a ter em sua trilha sonora a mesma música de John Denver, ‘Take Me Home, Country Roads‘. Os outros foram “Alien: Covenant” e “Roubo em Família”.
– Os agentes que não são de campo de ambas as organizações tem nomes que pertencem ao mesmo contexto, mas não seguem o mesmo critérios dos agentes de campo. Na Kingsman todos os agentes de campo (Arthur, Galahad e Lancelot) são cavaleiros da Távola Redonda, menos Merlin que não é de campo. Na Statesman todos os agentes (Tequila, Whisky, etc) são bebidas alcoólicas, menos Ginger Ale, que não tem álcool.
– A trilha que o compositor Henry Jackman usou na cena em que Egsy força Harry a recobrar a memória é exatamente a mesma tocada numa cena com Magneto em “X-Men: Primeira Classe”.

Ficha Técnica

Elenco:
Taron Egerton
Colin Firth
Mark Strong
Julianne Moore
Channing Tatum
Halle Berry
Elton John
Jeff Bridges
Pedro Pascal
Edward Holcroft
Hanna Alström
Calvin Demba
Thomas Turgoose
Tobi Bakare
Keith Allen
Tom Benedict Knight
Michael Gambon
Sophie Cookson
Björn Granath
Poppy Delevingne
Bruce Greenwood
Emily Watson

Direção:
Matthew Vaughn

Produção:
Adam Bohling
David Reid
Matthew Vaughn

Fotografia:
George Richmond

Trilha Sonora:
Henry Jackman
Matthew Margeson

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