O exemplo perfeito de que nos pequenos frascos se encontram os melhores perfumes. É uma produção pequena, porém inventiva, tensa e cheia de reviravoltas. O sempre ótimo e subestimado Eddie Marsan (“Sherlock Holmes“) é Vic, e Martin Compston (“Maldito Futebol Clube“) é Danny. Eles se conheceram na prisão e planejam um seqüestro. A escolhida é a filhinha de papai Alice Creed – que dá p título ao filme – interpretada pela delícia Gemma Arterton de “O Príncipe da Pérsia“.
A maior parte do filme se passa no cativeiro onde os três se encontram. A tensão que o próprio ato do seqüestro impõe ao trio, somando-se a fatores jamais imaginados criará uma cadeia de acontecimentos com desdobramentos imprevisíveis. E o roteiro trabalha com dois aspectos principais: a situação e o relacionamento entre os personagens. E é nesse relacionamento que se encontram as grandes surpresas. Ambos os atores e roteiro são responsáveis por uma fluidez fantástica na narrativa que faz com que os atos mais impensados se tornem naturais e que, principalmente, sejam críveis para o espectador.
Apesar de Gemma Arterton ser a inspiração dos personagens masculinos (e dos espectadores também… ela até aparece nua), quem realmente dá um show de interpretação é Eddie Marsan: facilmente, o personagem mais complexo do triângulo por motivos que só vendo o filme para se ver, Vic parece ter sido fruto de uma espiral de preconceitos e falta de oportunidade e, mesmo sendo o grande vilão, acaba sendo um símbolo e vítima de tudo o que há de errado na nossa sociedade.
Interessante é perceber no final o que realmente representa o título. “O Desaparecimento de Alice Creed” é uma aula de como fazer uma obra primorosa com pouquíssimo dinheiro, porém com uma idéia sensacional na cabeça e uma câmera na mão.
[rating:4]
Ficha Técnica
Elenco:
Gemma Arterton
Martin Compston
Eddie Marsan
Direção:
J Blakeson
Produção:
Adrian Sturges
Fotografia:
Philipp Blaubach
Trilha Sonora:
Marc Canham