A Palestina no pós Segunda Guerra Mundial em 1947, encontra-se prestes a se declarar independente do Império Britânico que ocupa o país. É nessa realidade que encontramos Proffy (Ido Port), garoto judeu de 12 anos, o qual só quer os ingleses longe de suas terras, aliás, desejo de todos os judeus na Palestina da época. Com esse ódio no coração e sem atenção dos pais, ele conspira com seus dois pequenos amigos para realizar emboscadas para tropas inglesas (logicamente apenas um sonho infantil) até conhecer o amável Capitão Dunlop (Alfred Molina de “A Pantera Cor de Rosa 2“) e por ele nutrir uma grande amizade. Quando seus amigos descobrem, Proffy é chamado de traidor e é julgado pelo seu povo.
Apesar de vermos o filme pelos olhos de uma criança, fica claro muito da cultura do ódio e como crianças que brincam de matar seus oponentes podem se tornar futuros terroristas. Nesse aspecto, a produção acaba sendo um verdadeiro tratado sobre a psicologia terrorista.
A química entre Port e Molina é tocante e ambos os atores interpretam de maneira emocionante. Dunlop tem um perfil de soldado que é comprometido com seu dever sem desdenhar das pessoas e desesperançoso no futuro da nação, ao mesmo tempo que é apaixonado pela cultura local. Proffy é um menino que acha que a independência da Palestina é a solução de todos os problemas do país – o que a história mostra que não é. Chama atenção o paralelo da inocência de Proffy ser compartilhada por todos os judeus naquela terra.
Os últimos cinco minutos podem arrancar lágrimas do espectador. Seu final é tão tocante que a platéia vai querer que “O Pequeno Traidor” tivesse ainda mais uns dez minutos só pra matar essa saudade.
[rating:4.5]
Ficha Técnica
Elenco:
Alfred Molina
Ido Port
Theodore Bikel
Rami Heuberger
Gilya Stern
Direção:
Lynn Roth
Produção:
Lynn Roth
Eitan Evan
Fotografia:
Amnon Zalait
Trilha Sonora:
Clint Mansell