Ouija: Origem do Mal (“Ouija: Origin of Evil”)

Por si só, a produção já realiza uma enorme proeza: consegue ser uma continuação (na verdade uma prequel) do fraquíssimo “Ouija – O Jogo dos Espíritos”, ficando anos luz melhor que seu antecessor, ao mesmo tempo em que funciona como um ótimo filme solo.

Só lembrando do anterior que se passa no presente (sem entregar spoilers): no final se descobria que havia os espíritos de mãe e filha na casa e algo maligno dentro de uma delas. “A Origem do Mal” conta justamente a história dessa mãe, Alice (Elizabeth Reaser de “Jovens Adultos”) que nos anos 60, é uma médium charlatã que usa suas duas filhas para ajuda-las nas encenações, Doris (Lulu Wilson de “Livrai-nos do Mal”) e Lina (Annalise Basso de “O Espelho” retornando a parceria com o diretor Mike Flanagan). Tudo vai bem até Alice comprar uma tábua Ouija e descobrir que Doris tem uma mediunidade sensível e consegue chamar espíritos. Só que não vai ter nenhum espírito que preste.

O roteiro se utiliza de uma premissa que está na moda: a de filmes de terror que se passam antes da década de 80 para que a falta de tecnologia não ajude os personagens a escaparem ou dissiparem o terror (vide “Invocação do Mal”, “Annabelle” e “Sobrenatural 3”). E essa vantagem do roteiro se junta com outra aparentemente contraditória aqui: ele investe um bom tempo nos personagens e não no terror em si. Até o início do último ato, conta com poucos sustos, levando o espectador a acreditar num baixo potencial de perigo, até que deságua a tensão completa.

O diretor aposta (e ganha) na atuação da atriz mirim Lulu Wilson que não só dá um show, como também é mais assustadora do que qualquer espírito. Ela consegue ser ameaçadora mesmo sem a maquiagem, quando fica possuída. Aliás, o filme faz uma bela homenagem à “O Exorcista” na cena em que o Padre Tom (Henry Thomas de “Querido John”) entra na casa da família, evocando o mesmo enquadramento do clássico.

Ouija: A Origem do Mal” tem a cereja do bolo de um desfecho consistente com sustos não apelativos e bem elaborados, além de amarar todas as pontas para os eventos que acontecem em “O Jogo dos Espíritos”. É daqueles filmes que você consegue gostar ainda mais depois que o analisa.

Curiosidades:

– Lina também aparece em “Ouija – O Jogo dos Espíritos” já como uma senhora num hospital psiquiátrico, interpretada pela atriz Lin Shaye de “Sobrenatural 3

– A Tábua Ouija foi patenteada pela Hasbro (a mesma fabricante de brinquedos que criou “Comandos em Ação”, entre outros) logo após sua criação em 1890.

– A logomarca da Universal Pictures e o título do filme é apresentado da mesma forma da época em que o filme se passa, 1967.

Ficha Técnica

Elenco:
Annalise Basso
Elizabeth Reaser
Lulu Wilson
Henry Thomas
Parker Mack
Doug Jones
Chelsea Gonzalez
Lincoln Melcher
Nicholas Keenan
Michael Weaver
Ele Keats
Eve Gordon

Direção:
Mike Flanagan

Produção:
Michael Bay
Jason Blum
Stephen Davis
Andrew Form
Bradley Fuller
Brian Goldner

Fotografia:
Michael Fimognari

Trilha Sonora:
The Newton Brothers

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