Projeto Almanaque (“Project Almanac”)

Numa mistura do estilo de “Poder Sem Limites” (câmera em primeira pessoa) com o enredo de “Efeito Borboleta”, esta produção chega próximo de ficar um nível acima do gênero, mas só próximo mesmo.

Resumindo: um grupo de estudantes descobre um antigo experimento no porão do pai de um deles e ao montá-lo, descobrem ter construído uma máquina do tempo. O óbvio problema é quando eles voltam e, sem querer, mudam coisas no passado que vão afetar drasticamente o futuro.

O filme tem um desenvolvimento de roteiro muito bom, pelo menos até o terceiro ato, pois ele desenvolve relativamente bem os personagens que, mesmo estereotipados, podem conquistar a afinidade do espectador. Além disso, é sensível a preocupação em passar gradativamente de um clima festivo para um clima sombrio a medida em que os eventos começam a se alterar de forma prejudicial ao grupo e aos demais.

Também é interessante às inúmeras homenagens feitas à clássica trilogia “De Volta Para o Futuro”:
• Ambos utilizam um carrinho vermelho para testar / demonstrar o experimento.
• Ambos utilizam um cronômetro para demonstrar a diferença temporal.
• Em ambos, um cachorro viaja no tempo.
• Em ambos, os efeitos da mudança do tempo são explicados através de um quadro e giz.
• Em ambos há uma cena onde o cabo da bateria do carro é muito curto para conectar com a outra ponta;
• Em ambos há uma preocupação corrente sobre o que aconteceria se uma pessoa encontrasse a si própria em outro momento temporal.
• O título Projeto Almanaque é referente ao Almanaque de Esportes de “De Volta Para o Futuro II” onde Biff Tannen de 2015 rouba para seu eu em 1955 ficar rico.

Só que o filme comete dois pecados que inviabilizam a sua excelência: primeiramente o que seria uma idéia original, sobre filmar em primeira pessoa, mostra-se não só desnecessário, como também limitador narrativo e, principalmente um artifício para ludibriar o público, visto que em alguns momentos o diretor passa à uma visão em terceira pessoa (Ex: quando falta a luz no bairro e se vê uma segunda unidade filmando os postes apagando).

Entretanto, o que mais impacta é o seu desfecho. Mostra que no fim, os roteiristas não souberam como lidar com os efeitos da viagem no tempo e contradizem tudo o que disseram até então. Daí acaba de forma praticamente absurda com um corte abrupto propositalmente para não suscitar mais perguntas.

Projeto Almanaque” investe pesado nos clichês do gênero, pega uma idéia não tão original e a deixa ainda menos original, mas sabe conduzir o ritmo até um final que deixa bastante a desejar.

Ficha Técnica

Elenco:
Jonny Weston
Sofia Black-D’Elia
Sam Lerner
Allen Evangelista
Virginia Gardner
Amy Landecker
Gary Weeks

Direção:
Dean Israelite

Produção:
Michael Bay
Andrew Form
Bradley Fuller

Fotografia:
Matthew J. Lloyd

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