Robin Hood – A Origem (“Robin Hood”)

“Esqueça tudo o que você sabe sobre a lenda”.

“A verdade que nunca foi contada”.

“A história que você ainda não sabia”.

Muita cautela quando você ler esse tipo de frase num trailer. Pode ser que seja um “Robin Hood – A Origem” ou seja, uma história que pouco tem a ver com a original que funciona como uma reimaginação caça-níqueis, turbinado com muita grana para uma superprodução cheia de ação e efeitos especiais com esperança de ser uma franquia.

A bola da vez é Taron Egerton da saga “Kingsman”, como Robin, lorde que deixa a sua amada Marian (a linda Eve Hewson de “Laços de Sangue”) para lutar na Arábia e, quando volta vê que tudo seu foi tomado pelo xerife de Nottingham (Ben Mendelsohn de “Jogador Nº 1” e especialista em vilões dignos). Ele se junta ao mouro John (Jamie Foxx de “Crimes na Madrugada”) e começa a roubar a coroa até ameaçar o xerife e a igreja.

O que fizeram aqui foi pegar o chato triângulo amoroso de “Crepúsculo” e adicionar no formato de ação plagiado da última adaptação de “Sherlock Holmes” de Guy Ritchie. Só que enquanto este não se levava a sério, “Robin Hood” tenta convencer o público de sua potência sem oferecer o mínimo de profundidade e com um humor bastante duvidoso.

E falando em romance, a dinâmica entre Robin, Marian e “concorrente” Will é das piores. E olha que Will é ninguém menos que o Christian Grey, Jamie Dornan, só que sem os 50 Tons. Há momentos em que Robin e Marian passam uma eternidade trocando olhares, quase como um entojo, visto que o diretor não teve o mínimo bom senso para uma edição decente e consegue projetar essa incompetência em grande parte do ritmo.

A ação funciona, desafia algumas leis da física e ainda conta com efeitos especiais que variam do ótimo ao “tá na cara que tem uma tela verde”. Quem se salva é Jamie Foxx que sabe que tem hora pra tudo e Ben Mendelsohn que interpreta praticamente no mesmo contexto de “Star Wars – Rogue One” (repararam que o cardeal funciona como um Darth Vader?) e consegue o mesmo ótimo resultado.

Esse novo Robin Hood é apenas um genérico que usaram pra se fazer uma franquia com algo conhecido do espectador. É o que dá ter nenhuma idéia na cabeça e muito dinheiro na mão.

Curiosidades:
– Se você não gostou do figurino pela impossibilidade histórica das roupas, saiba que foi de propósito. O briefing era que ele deveria ser 1/3 medieval, 1/3 contemporâneo e 1/3 futurista.
– O personagem John, o Mouro nunca existiu na história original de Robin Hood, mas por causa de uma esquete britânica num programa de TV, muita gente assumiu que era verdade e inclusive o personagem também consta em “Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões” de 1991 onde o protagonista era Kevin Costner e John era Morgan Freeman.
– Lançado 110 anos depois de sua primeira adaptação e 8 anos depois da mais recente, com Russel Crowe.
– As minas de Nottingham foram inspiradas nas favelas brasileiras, segundo o cenógrafo Jean-Vincent Puzos.

Ficha Técnica

Elenco:
Taron Egerton
Jamie Foxx
Ben Mendelsohn
Eve Hewson
Jamie Dornan
Tim Minchin
F. Murray Abraham
Ian Peck
Cornelius Booth
Kane Headley-Cummings
Scot Greenan
Lara Rossi
Kevin Griffiths
Catriona Temple

Direção:
Otto Bathurst

Produção:
Jennifer Davisson
Leonardo DiCaprio

Fotografia:
George Steel

Trilha Sonora:
Joseph Trapanese

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