Serra Pelada – A Lenda da Montanha de Ouro

É um documentário honesto que trabalha com o que tem, contando a história da ascensão e queda da Serra Pelada, que já foi o maior garimpo a céu aberto do mundo, descoberta em 1979 e que teve seu auge na década de 80 e até originou o filme “Os Trapalhões na Serra Pelada” ou o mais recente “Serra Pelada” de Heitor Dhalia em 2013.

O diretor trabalha em 3 enfoques: algumas impressionantes imagens de arquivo que são narradas por ex-garimpeiros ou geólogos, as entrevistas ao povo nativo da cidade confrontando a rotina de outrora com a atual e entrevistas com geólogos, jornalistas que cobriram as principais matérias da época a respeito do garimpo, empresários das cooperativas e talvez o personagem mais emblemático da história de Serra Pelada, o Major Sebastião Curió, que chegou a ser prefeito de Curionópolis, atuando como herói e vilão em sua própria história.

Se por um lado, há uma clara preferência em mostrar todos os superlativos que acompanham a história geo-econômica da serra, incluindo filmetes com a narração em inglês que o famoso diretor e ator Orson Welles fez na época, ou ainda surpresas como um Marcelo Taz recém-formado entrevistando garimpeiros em plena entropia da rotina extrativista; por outro lado, dilui-se um pouco a relação permissiva entre cooperativas e empresas como a Vale que lutou para ter a posse da terra de volta, enquanto Curió estabelecia um plano de poder que envolvia manipular os garimpeiros; ou ainda antes quando a Serra Pelada se tornou uma ditadura com a mão pesada dos militares mesmo já à beira da democracia, escondendo casos de tortura e castigo àqueles que não seguiam às rígidas regras impostas ao povo.

Mesmo sem explicitar as polêmicas, perdendo tempo com o excesso divagações dos mais velhos habitantes daquele espaço, dá uma breve, mas profunda atenção ao massacre de Eldorado dos Carajás, uma página negra na nossa história em 1996.

Serra Pelada” trata de todos os temas relevantes à história, mas não dá os devidos pesos aos eventos. Acerta na cronologia, é acessível, mas não é didático, perdendo a narrativa e o ritmo em alguns momentos.

Notícia boa: o filme é gratuíto no You Tube. Assista:

Ficha Técnica

Direção:
Victor Lopes

Fotografia:
Luís Abramo

Trilha Sonora:
Lucas Marcier

ELENCO

DIREÇÃO

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