Suprema (“On the Basis of Sex”)

No cinema o empoderamento feminino é muito vendido em filmes como “Mulher Maravilha” ou “Capitã Marvel”. Mas não é sempre que se fala de uma super heroína de verdade como agora.

Ruth Ginsburg foi uma das mais famosas advogadas que lutou pela equidade de gênero nos EUA e gerou uma série de precedentes que mudariam as leis americanas e mundiais a favor da igualdade de todos.

Interpretada pela sempre bem vinda Felicity Jones (“Busca Sem Limites“), Ruth foi destaque nos estudos em Harvard e Columbia, mas sempre discriminada por ser mulher nas décadas de 60 e 70. Casada com o famoso advogado Martin Ginsburg – Armie Hammer de “Me Chame Pelo Seu Nome” numa atuação discreta, mas cheia de carisma – ela enfrenta o peso de ser mulher numa sociedade predominantemente e escancaradamente machista.

A diretora Mimi Leder (“Jogo Entre Ladrões”) soube muito bem dosar o arco de história onde parte é sobre ela e parte fala do emblemático caso onde ele precisou defender a igualdade de gênero, sendo que chega até ser uma surpresa a pessoa envolvida no caso.

Disso decore duas grandes vitórias narrativas: primeiro que é palpável para o público como a ela foi machucada pelo preconceito velado em todos os seus ambientes, independente do caso que toma conta mais da segunda metade da produção. Aliás, a dinâmica do apoio de seu marido contrariando o “macho dominante” da época ensina muito sobre o respeito que se deve ter à mulher enquanto pessoa e profissional.

Segundo que o caso em questão é muito bem explicado de forma didática e orgânica sem que seja uma aula e ao mesmo tempo de fácil entendimento para o espectador, desde as causas até as possíveis soluções e como elas poderiam alterar o curso cultural da sociedade.

Jones interpreta a heroína na medida certa: jamais se põe como uma pessoa diferenciada e muito menos o roteiro a aponta assim. Pelo contrário, a personagem se caracteriza por ser tão normal a ponto de se identificar com a plateia, mas sempre reforçando o esforço e a insistência para vencer sem esconder as suas próprias fragilidades.

Suprema” é um drama que desmistifica o sexismo, mostra a diferença entre os lutadores e os “problematizadores” e é o filme certo na hora certa para ensinar com arte como podemos ser melhor em sociedade, apoiando muito mais que a igualdade, mas sim a equidade entre gêneros, raças e crenças.

Curiosidades:

– O autor do roteiro é sobrinho da verdadeira Ruth Ginsburg.
– Na primeira aula de Ruth, o caso que é comentado durante toda a aula já foi retratado num filme chamado “O Homem que Eu Escolhi” de 1973.
– A música de abertura é o hino de guerra de Harvard, chamado “Os Dez Mil Homens de Harvard”.

Ficha Técnica

Elenco:
Felicity Jones
Armie Hammer
Justin Theroux
Sam Waterston
Kathy Bates
Cailee Spaeny
Jack Reynor
Stephen Root
Chris Mulkey
Gary Werntz
Francis X. McCarthy
Ben Carlson
Ronald Guttman
Wendy Crewson
John Ralston

Direção:
Mimi Leder

Produção:
Robert W. Cort
Jonathan King

Fotografia:
Michael Grady

Trilha Sonora:
Mychael Danna

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