O Fim da Escuridão (“Edge of Darkness”, EUA / Inglaterra, 2010) ***NOS CINEMAS***

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Primeira constatação ao ver “O Fim da Escuridão“: o tempo não foi generoso com Mel Gibson desde sua última aparição em “Fomos Heróis” de 2002. Seus descuidos e excessos, muitos deles amplamente cobertos pela imprensa das celebridades, o deixaram profundas marcas, inclusive físicas e agora o vemos quase como um senhor de vida pregressa desregrada. Segunda constatação: Martin Campbell de “007 – Cassino Royale” já fez filmes melhores e acaba perdendo um pouco a mãe nessa nova empreitada.

Gibson é Tom, que faz o estereótipo de policial afastado da família que recebe sua filha depois de algum tempo longe. Sem perder muito tempo, em menos de 10 minutos, ela morre assassinada e apesar de inicialmente todos pensarem que foi obra de algum inimigo de Tom, logo ele vai descobrir uma conspiração envolvendo segurança nacional. Sim, apenas mais uma trama básica de conspiração onde todos os coadjuvantes vão sendo eliminados até que o herói chegue onde todo mundo sabe que ele vai chegar.

Espanta o fato de um diretor perito em filmes de ação converter essa produção em algo pseudo-cerebral através de ardis que usualmente não chegam a lugar nenhum. Pior são algumas cenas parecidas com novela quando os personagens prestes a revelar algum segredo, apenas se calam e fica por isso mesmo. E as tais cenas de ação são raras e não empolgam. Curioso ver a mão pesada de Gibson evocando em seu personagem certas atitudes que ele sempre pregou, mas falhou em fazer: Tom não bebe, inclusive quando perguntado se já tomou vinho, ele responde “Nunca com prazer”. E o que dizer do cunho religioso que permeia toda a narrativa (vide as vozes da falecida filha) e principalmente no último ato?

De destaque, há o personagem de Ray Winstone (“Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal“) num papel interessante de um agente duplo com crises de moral, porém muito subaproveitado (a cena dele no médico é tão desnecessária) e um Danny Houston (“Um Louco Apaixonado“) apenas correto em seu usual papel de vilão.

Provavelmente “O Fim da Escuridão” deve dividir opiniões, num nível entre o fraco e o apenas bom. Afinal de contas, a produção é cuidadosa e estamos falando de Mel Gibson. Mas até ícones erram. De emblemático resta o final que dá o grande significado ao título. Quase edificante se não fossem as quase duas horas que o antecederam.

[rating:2.5]


Ficha Técnica

Elenco:
Mel Gibson
Danny Huston
Ray Winstone
Caterina Scorsone
Shawn Roberts
Denis O’Hare
Bojana Novakovic
Gbenga Akinnagbe
Jay O. Sanders
David Aaron Baker
Tom Kemp

Direção:
Martin Campbell

Produção:
Tim Headington
Graham King
Michael Wearing

Fotografia:
Phil Meheux

Trilha Sonora:
Howard Shore

ELENCO

DIREÇÃO

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