A Culpa é das Estrelas (“The Fault in Our Stars”)

Interessante coincidência que o filme anterior a este que vi foi exatamente sobre o mesmo tema, “Agora e Para Sempre”. Lá se aprende a fazer mais um filme sobre uma garota com câncer que encontra o amor. Em “A Culpa é das Estrelas” se aprende a fazer a diferença. Não é a toa que este sim foi e é um dos grandes sucessos literários do ano pelo autor John Green e sua adaptação cinematográfica já arrecadou mais de dez vezes seu custo total.

Shailene Woodley e Ansel Elgort que viveram irmãos no recente “Divergente” formam o casal central. Ela é Hazel que tem uma espécie de câncer que atinge os pulmões, mas que está parcialmente controlado com medicamentos. Como tem uma série de limitações, não podendo fazer esforço e sempre carregando um tanque de oxigênio, passa a frequentar reuniões para pessoas com câncer onde conhece Augustus (Elgort), aparentemente recuperado de um câncer que atingiu e levou parte de sua perna. E assim vai se iniciar a bela e trágica história de um grande amor.

Shailene Woodley consegue fugir dos estereótipos e faz uma Hazel amável, conformada e complexa, dando uma sensação quase agonizante de realidade a uma pessoa em suas condições, mantendo a coerência durante toda a projeção e, não fosse um filme tão comercial, poderia até arriscar a alguma premiação. Já Elgort, apesar de respeitar o papel, abusa um pouco da eloquência e dos maneirismos para compor seu personagem, mas que se acomoda melhor no início do terceiro ato.

Os dois maiores destaques do filme são seu elenco e a química das relações entre os personagens (tanto a dupla de protagonistas quanto os atores que interpretam seus pais estão em perfeita harmonia); e a própria história que envolve um livro (e uma ponta no mínimo inusitada de Willem Dafoe de “O Estranho Thomas”), além de uma pequena grande reviravolta no início do último ato que, aí sim, levará as adolescentes e muita gente grande às lágrimas.

“A Culpa é das Estrelas” prova que mesmo bem depois de descoberto o grande filão de arte para os jovens – garotas fortes mesmo em estado fragilizado – estreado pela “Saga Crepúsculo”, ainda é possível produzir narrativas que subvertem um tema já tão explorado tocando o coração de seu público alvo. A culpa, ou melhor, o mérito é de John Green.

Ficha Técnica

Elenco:
Shailene Woodley
Ansel Elgort
Nat Wolff
Laura Dern
Sam Trammell
Willem Dafoe
Lotte Verbeek
Ana Dela Cruz
Randy Kovitz
Toni Saladna
David Whalen
Milica Govich

Direção:
Josh Boone

Produção:
Marty Bowen
Wyck Godfrey

Fotografia:
Ben Richardson

Trilha Sonora:
Mike Mogis
Nate Walcott

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