Ao contrário do último filme que comentei, “Grandes Olhos”, este retrato da vida do físico Stephen Hawking e sua companheira Jane é tão fascinante e poderoso que consegue engradecer o filme, mesmo com alguns erros de execução.
Vivido com maestria ímpar por Eddie Redmayne (“Fuga Para Las Vegas”), Hawking já começa conhecendo Jane (Felicity Jones de “Loucamente Apaixonados” que só não é mais linda por falta de espaço) e também com os sintomas iniciais da doença.
O diretor James Marsh (“Agente C – Dupla Identidade”) não tem muita sutileza e faz uma régua cronológica narrativa que apela menos para seus componentes artísticos e praticamente joga todo o peso da produção nas mãos do elenco, que não decepciona. E é a dupla de protagonistas que preenche as lacunas da falta de inspiração, seja na fotografia ou até mesmo de partes do roteiro que poderia se concentrar nas descobertas de Hawking sem prejudicar o cerne que é a relação entre ele e Jane. Redmayne consegue reproduzir com perfeição as deficiências de Hawkings e seus movimentos tem um preciosismo digno de um vencedor de prêmios. A cena que coroa sua interpretação está no final quando ele se vê curado num devaneio em meio a uma apresentação. Jones também tem um papel fundamental no retrato da apaixonada Jane e no fardo que ela passa a carregar com os anos (a saber: a obra é baseada na biografia escrita pela própria Jane).
“A Teoria de Tudo” pode ser burocrático, mas encontra na caracterização de seus personagens a força vital e o carisma para torna-lo um belíssimo drama de amor e superação.
Ficha Técnica
Elenco:
Eddie Redmayne
Felicity Jones
Tom Prior
Sophie Perry
Finlay Wright-Stephens
Harry Lloyd
Alice Orr-Ewing
David Thewlis
Thomas Morrison
Michael Marcus
Gruffudd Glyn
Paul Longley
Emily Watson
Guy Oliver-Watts
Simon McBurney
Direção:
James Marsh
Produção:
Tim Bevan
Lisa Bruce
Eric Fellner
Anthony McCarten
Fotografia:
Benoît Delhomme
Trilha Sonora:
Jóhann Jóhannsson