← Um Novo Despertar (“The Beaver”, EUA, 2011) 11/11/11 (Espanha / EUA, 2011) ***NOS CINEMAS*** → A Vida Durante a Guerra (“Life During Wartime”, EUA, 2010) novembro 15, 2011 by 2 Comments Genre : Drama, Todos É a continuação direta de “Felicidade” 12 anos depois pelo mesmo mestre Todd Solondz. O interessante é que apesar dos mesmos personagens, o elenco é composto por atores completamente diferentes do anterior e de forma proposital. Acompanhando a vida das três irmãs anos após os acontecimentos do primeiro filme, vemos a caçula Joy (Shirley Henderson de “A Vida Num Só Dia”) continuando com seus problemas de relacionamento – por sinal na ótima e emblemática cena de abertura – e tentando achar seu lugar no mundo; Trish (Allison Janney de “Hairspray – Em Busca da Fama”) que ficou só após seu marido ter sido preso por pedofilia, encontra em Harvey (Michael Lerner de “Amor e Outros Desastres”) um companhero ideal, apesar de completamente diferente de estereótipo que ela admira, o que faz seu filho mais novo entrar em conflito com a relação; E finalmente Hellen (Ally Sheedy de “Harold”) continua promíscua e auto-destrutiva, incapaz de lidar com seu sucesso no cinema. Dessa vez a personagem de Hellen tem pouquíssimo destaque, já que o roteiro foca as duas outras irmãs, entre outras subtramas. De todas a de maior destaque envolve a liberação de Bill (Ciarán Hinds de “O Ritual”), marido de Trish da prisão e como ele tenta lidar com o fato de ser pedófilo e a busca por encontrar o filho mais velho. De fato, Hinds dá um banho de interpretação, funcionando como o melhor personagem em cena. Menos apelativo que “Felicidade”, mas tão polêmico quanto, “A Vida Durante a Guerra” faz de seus diálogos a arma principal para atingir em cheio o estômago (e porque não dizer o cérebro) do espectador, colocando questões existenciais, tratadas de forma tão harmônica que os 100 minutos de projeção passam velozmente. Solondz também aplica a deliciosa lógica de conhecermos a dimensão de uma situação de forma gradativa e suas catastróficas conseqüências, como por exemplo, na já citada cena inicial onde um simples jantar de término de relacionamento se transforma numa bizarra revelação de um dos personagens. Além disso, a fotografia de Edward Lachman (“Howl”) acompanha a atmosfera surreal que sempre cercou a lógica do diretor. Assistir a ambos “Felicidade” e “A Vida Durante a Guerra” é uma experiência fantástica – para os que gostam de drama, é claro – que faz o público descobrir a consistência dos elementos que povoam ambas as obras (Ex: ambos os títulos são tirados de músicas que Joy canta e toca no violão). Filmes para refletir durante muito tempo. Recomendadíssimos. [rating:4.5] Ficha Técnica Elenco: Allison Janney Ciarán Hinds Shirley Henderson Michael K. Williams Charlotte Rampling Michael Lerner Dylan Riley Snyder Renée Taylor Paul Reubens Emma Hinz Ally Sheedy Rich Pecci Gaby Hoffmann Direção: Todd Solondz Produção: Derrick Tseng Christine K. Walker Fotografia: Edward Lachman About More posts by »
Sandro Luiz on 05/01/2012 at 17:58 Fantástico! Assisti esse filme em Buenos Aires e saí atônito da sala de projeção. Este filme ainda não saiu da minha cabeça e sempre me faz refletir. Adoro filmes assim, que desafiam meus pensamentos e atormentam minhas reflexões. Desde “Felicidade” Todd Solondz passou a ser para mim uma grande revelação do cinema independente americano! Perdão, culpa, amor, frustração, liberdade são temas importantíssimos que ainda não me fizeram esquecer este filme. Sempre volto a lembrar de algumas cenas com atores brilhantes. Até as crianças se sobressaem no filme. Este filme não é para quem gosta do estilo filme-pipoca e não sabe refletir sobre temas complexos da nossa sociedade, sobretudo, na hipócrita sociedade burguesa norte-americana.Imperdível! Reply
Juliano on 16/01/2012 at 13:08 Empolgado com a crítica, resolvi assistir primeiro Felicidade e em seguida (alguns dias depois) a Vida Durante a Guerra. Quando começou Felicidade, lembrei que já tinha visto (ao menos parte) do filme cheio de histórias malucas e tragicas. E isso continuou no segundo, pessoas malucas vivendo tragédias. Devo ser do tipo que não sabe refletir temas complexos… Por que será que foi feita a troca dos atores? Reply