Ad Astra – Rumo às Estrelas (“Ad Astra”)

A sensação de sair do cinema depois de eternas duas horas de filme é ruim de tão exaustivo que é. Olhar em retrospecto a produção dirigida por James Gray do ótimo “Z: A Cidade Perdida” e estrelada por Brad Pitt do melhor ainda “Era Uma Vez em… Hollywood” torna o resultado da análise ainda pior.

A pretenciosa idéia era mostrar a jornada emocional de Roy McBride (Pitt) se confundindo com a sua jornada espacial na missão de achar seu pai no distante planeta Netuno num futuro próximo. Dado como perdido há anos, o pai de Roy – interpretado por Tommy Lee Jones de “Assassino a Preço Fixo 2” – pode estar conectado a uma série de fenômenos com antimatéria que pode ameaçar a existência do sistema solar.

A premissa parecia muito interessante, os efeitos especiais mais ainda, mas faltou combinar com a direção. O ritmo é lento. Tentaram fazer algo cabeça onde o protagonista analisa sua vida e as mudanças pela qual passa com o decorrer dos fatos. É chato e óbvio. Óbvio porque entendemos de cara que ele se distanciou de tudo que era importante na vida para suas missões espaciais, o que é um espelho de seu pai quando o abandonou que a tal jornada vai edificá-lo para que volte a valorizar todo o bem que desprezou. Em menos de meia hora isso fica claro. E chato porque o diretor quer explicar detalhadamente nas narrações em off do personagem o que todo mundo já descobriu logo no primeiro ato.

Mas o pecado mortal está justamente no que seus realizadores consideravam um dos trunfos: as cenas de ação. Em geral são muito boas e apresentadas com tecnologia de ponta. Porém – e um grande porém – nenhuma delas tem conexão com a trama principal. Elas são meros obstáculos – ou desvios – da missão de Roy. Nenhuma tem como causa ou até consequência a essência da narrativa. É quase como se o filme pausasse, passasse uma cena de ação de outro filme coincidentemente com o mesmo ator, e depois o filme voltasse. E a volta é aquela lentidão atroz que vai cansar até os mais guerreiros. Impossível passar sem um bocejo pelo menos.

Numa análise fria, a missão de Roy era desnecessária pelo que se pensava em fazer, tornando a obra ainda mais inócua. E sim, temos que aguentar nosso herói atravessando um cinturão de asteroides sozinho com um… escudo!

Ad Astra” decepciona e gasta rios de dinheiro em efeitos especiais sensacionais e uma ótima atuação de Brad Pitt numa viagem – literalmente – que não agrega em ponto algum. Melhor mandar o filme pro espaço.

Curiosidades:

– “Rumo às Estrelas” é exatamente o que Ad Astra significa em latim.
– Há uma cena em que Brad Pitt se emociona de verdade deixando cair lágrimas de verdade. Como eles estava no espaço, as lágrimas não poderiam “cair”, então ele pediu ao diretor para ajustar via efeitos especiais. James Gray disse a Pitt que amou tanto essa atuação na cena que não ia fazer nenhum retoque e que preferia cometer essa licença poética da física espacial para manter a emoção da cena.

Ficha Técnica

Elenco:
Brad Pitt
Tommy Lee Jones
Ruth Negga
Donald Sutherland
Kimberly Elise
Liv Tyler
Loren Dean
Donnie Keshawarz
Sean Blakemore
Bobby Nish
LisaGay Hamilton
John Finn
John Ortiz
Freda Foh Shen
Kayla Adams
Ravi Kapoor

Direção:
James Gray

Produção:
Dede Gardner
James Gray
Anthony Katagas
Jeremy Kleiner
Arnon Milchan
Yariv Milchan
Brad Pitt

Fotografia:
Hoyte Van Hoytema

Trilha Sonora:
Max Richter

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