Alice no País das Maravilhas (“Alice in Wonderland”, EUA, 2010) ***NOS CINEMAS***

Lewis Carrol escreveu um dos mais profundos contos infantis em 1864, feito para sua filha Alice. Com várias adaptações para o cinema, coube a Tim Burton (“Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet“) a nova roupagem dessa fantasia.

No século passado Alice (Mia Wasikowska que fez uma ponta em “Morte Súbita“) perdeu o pai e, para manter as finanças, sua mãe entra num acordo para que ela se case com um insosso nobre. Ela sempre sonhava com um mundo mágico e no dia do noivado, depara-se com um coelho vestido e ao segui-lo, cai num buraco entrando no País das Maravilhas. Lá ela deve derrotar a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter, também esposa de Tim Burton e que trabalhou em “Harry Potter e o Enigma do Príncipe“) com seus novos amigos.

Apesar dessa temática ser a cara de Burton, ele parece ter freado seus instintos lúgubres (ou os estúdios Disney o frearam). Ele criou um mundo digital espetacular que tentar rivalizar com aquele de “Avatar” (mas não consegue) e personagens incrivelmente carismáticos apoiados por efeitos especiais irretocáveis e um time de atores de primeira linha para as vozes das criaturas. Aliás, os efeitos especiais são uma atração a parte. De tão perfeitos, é difícil conceber que eles estão lá. Reparem na cabeça da Rainha Vermelha ou na diferença de tamanhos em que Alice assume durante o filme.

Mais do que isso, o diretor consegue, ainda que superficialmente, inserir detalhes de aspectos psicológicos da obra de Carrol que podem passar despercebidos aos desatenciosos. Como exemplos em destaque, pode-se citar o fato de Alice ter um destino traçado tanto no mundo real quanto no País das Maravilhas, o que é uma clara analogia entre o sonho e a realidade; além, é claro do paralelo entre os personagens dos dois mundos, o qual, numa primeira vista, não é tão simples de identificar. Finalmente é digno de nota o fato de que cada membro da corte da Rainha Vermelha tem algum defeito físico proeminente pra criar empatia frente ao cabeção da majestade.

E parece que não dá pra falar do diretor sem falar de Johnny Depp, seu parceiro constante desde “Edward Mãos de Tesoura” até o próprio “Sweeney Todd“, o que já acumula sete parcerias de sucesso. Ele, que ajudou no roteiro também provavelmente para apenas aumentar a sua participação, aparece pelo menos como uma grata surpresa, com um jeito amalucado – claro, ele é o Chapeleiro Louco – que lembra também nosso amigo Capitão Jack Sparrow de “Piratas do Caribe“.

Mesmo com vários elementos que beiram a perfeição, “Alice no País das Maravilhas” apesar de um ótimo divertimento, parece carecer de um algo mais. Ao sair da sessão, fica a impressão de que faltou um pouco de ritmo, força e até mesmo, quem diria, uma direção mais segura para empolgar o espectador. De qualquer forma, com sua grandiosidade, este clássico renovado mostra que a temporada de versão do cinema já começou.

[rating:3.5]


Ficha Técnica

Elenco:
Mia Wasikowska
Johnny Depp
Helena Bonham Carter
Crispin Glover
Anne Hathaway
Christopher Lee
Michael Sheen
Alan Rickman
Matt Lucas
Stephen Fry
Barbara Windsor
Marton Csokas
Lindsay Duncan
Eleanor Tomlinson
Frances de la Tour
Tim Pigott-Smith
John Hopkins
Geraldine James
Amy Bailey
Jemma Powell
Leo Bill
Eleanor Gecks
Lucy Davenport
Arick Salmea
Paul Whitehouse

Direção:
Tim Burton

Produção:
Tim Burton
Joe Roth
Jennifer Todd
Suzanne Todd
Richard D. Zanuck

Fotografia:
Dariusz Wolski

Trilha Sonora:
Danny Elfman

ELENCO

DIREÇÃO

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