Borat: Fita de Cinema Seguinte (“Borat Subsequent Moviefilm: Delivery of Prodigious Bribe to American Regime for Make Benefit Once Glorious Nation of Kazakhstan”)

O primeiro “Borat” alçou o autor e ator Sacha Baron Cohen ao estrelato justamente por suas contundentes críticas ao estilo americano através de um besteirol travestido de documentário onde em muitas das vezes as pessoas ao redor não sabiam o que aconteciam.

Quase 15 anos depois o icônico personagem volta num momento aparentemente ainda pior na história dos EUA, fazendo assim por merecer críticas ainda maiores e mais relevantes (e de quebra ainda mencionam o Bolsonaro).

Preso no Cazaquistão, Borat finalmente é solto com a condição de entregar um macaco famoso a um aliado de Donald Trump. Só que chegando lá, sua filha que ele desconhecia já havia tomado o lugar do macaco e então Borat tem a brilhante idéia de dar a sua filha para o político.

As críticas não diminuem e são engraçadas, só que Cohen precisou disfarçar o personagem, pois Borat ficou bastante famoso nos EUA e então as pegadinhas que funcionavam antes, não vingariam agora. Inclusive o próprio roteiro trata desse tema. Assim, boa parte da história se passa na inteiração entre ele e sua filha (a atriz búlgara estreante Maria Bakalova).

A maioria dos coadjuvantes são pessoas reais que receberam para participar de um documentário e provavelmente com instruções sobre como reagir, portanto, apesar de alguns diálogos hilários, as cenas externas onde Borat se infiltra numa manifestação democrata anti-COVID ou quando ele vai a um baile de debutantes são as mais engraçadas.

A polêmica e comentada cena com o advogado de Trump e ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, poderia ter sido mais bem explorada, mas a mensagem foi passada. Contudo, talvez uma das mais inteligentes cenas foi a reviravolta no final que casa direitinho com o período das filmagens entre a pré-pandemia e a quarentena já estabelecida.

Borat: Fita de Cinema Seguinte” é engraçado e para ser degustado como uma contundente crítica separada do besteirol de sempre.

Curiosidades:

– Sacha Baron Cohen esperou 5 horas num banheiro para poder entrar disfarçado na conferência conservadora americana.
– Sacha Baron Cohen passou 5 dias com os dois “amigos” conservadores sem sair do personagem.
– No filme a filha de Borat fala em búlgaro, Borat fala em hebraico e o Premier do Cazaquistão fala romeno e todos parecem se entender perfeitamente. Essa é uma piada recorrente de Cohen para sinalizar que os americanos não entendem a diferença entre nenhuma linguagem a não ser a deles (mas confesso que eu brasileiro também não senti diferença alguma!).
– Os coadjuvantes foram pagos entre 3 mil a 7 mil dólares cada, mas entendiam que estavam num documentário sério e não numa comédia, o que só depois foi revelado.
– A única pessoa para a qual Sacha Baron Cohen revelou que o filme era uma comédia foi a senhora judia Judith Dim Evans que esteve presente no holocausto, logo após a cena ser rodada por respeito a ela. Infelizmente a Judith faleceu antes do filme ser lançado. Cohen decidiu prestar uma homenagem a ela nos créditos finais. Inclusive a Amazon fez um featurette contando a história dela.
– A cena da conferência foi montada. A conferência é real e Borat entrou com a roupa da Klu Klux Klan, mas foi rapidamente retirado e as filmagens não ficara boas. Então eles combinaram as imagens reais com um cenário onde ele entra fantasiado de Donald Trump.
– A filha de Borat se chama Tütar que em estoniano significa “filha”.
– O preço da cirurgia plástica da filha de Borat foi de pouco mais de 21 mil dólares. Na cena ele pergunta se o valor é em Tenge (moeda do Kazaquistão). Se fosse, é como se a cirurgia custasse 51 dólares.
– Como algumas cenas foram rodadas entre radicais conservadores armados, Cohen precisou vestir um colete a prova de balas e numa delas quase foi agredido.
– Uma das cenas onde Borat diz que o Kazaquistão exporta meninos menores de 18 anos, na jaula onde os meninos estão está uma etiqueta escrita “Para K. Spacey”, referência ao ator Kevin Spacey acusado em 2019 de molestar um menor.
– A trilha sonora é de Erran Baron Cohen irmão de Sacha Baron Cohen e que faz a trilha da maioria de seus filmes.

Ficha Técnica

Elenco:
Sacha Baron Cohen
Maria Bakalova
Tom Hanks
Dani Popescu
Manuel Vieru
Miroslav Tolj
Alin Popa
Ion Gheorghe
Nicolae Gheorghe

Direção:
Jason Woliner

Produção:
Sacha Baron Cohen
Anthony Hines
Monica Levinson

Fotografia:
Luke Geissbuhler

Trilha Sonora:
Erran Baron Cohen

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