Jesse Metcalfe de “Acima de Qualquer Suspeita” e Erika Christensen de “Veronika Decide Morrer” formam um casal vítima da maior das tragédias: teve seu filho único assassinado por um psicopata. Inconformados porque a justiça não deu a pena de morte, eles planejam seqüestrar o serial killer provocando um acidente com o transporte da polícia e o levam para uma casa isolada a fim de torturarem o monstro, dando a ele uma morte bastante lenta. O problema é que após o acidente, ele já bastante machucado, diz que não consegue se lembrar de nada, enquanto o próprio casal se questiona se não ultrapassou os limites com tamanha violência.
Com um design esforçado, esse suspense B até que tenta entrar no hall de bons filmes do gênero, mas escorrega logo na saída e não pára até o desfecho desconexo. Pela falta de conteúdo o nada sutil diretor televisivo Robert Lieberman enche a produção de flashbacks totalmente desnecessários e pior: posiciona alguns deles apenas cinco minutos depois da própria cena ter acontecido, como se o espectador tivesse Mal de Alzheimer.
Mesmo pautado por alguns poucos momentos interessantes, a grande reviravolta – e até que não deixa de ser um tanto surpreendente – é mostrada de forma tão desajeitada que perde todo seu impacto. Não só isso: pode deixar o espectador confuso sobre o que exatamente aconteceu e o que se passou na cabeça do próprio dito assassino.
Finalmente “Cegos por Justiça” se despede sem levar em consideração as conseqüências dos atos dos protagonistas como se no final ninguém reparasse. Um filme feito assim nas coxas provavelmente vai se destinar num futuro próximo a uma esquecível sessão de um Supercine no sábado a noite.
Ficha Técnica
Elenco:
Erika Christensen
Jesse Metcalfe
Bill Lippincott
Bill Moseley
Fulvio Cecere
Direção:
Robert Lieberman
Produção:
Mark Burg
Oren Koules
Carl Mazzocone
Marek Posival
Fotografia:
Peter F. Woeste
Trilha Sonora:
Jeff Rona
