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Halle Berry há muito anda em descrédito da praça. Mesmo tendo feito o apenas razoável “A Viagem”, ela nunca foi capaz de alavancar a qualidade de um filme desde que fez a pior escolha de sua vida ao estrelar o pavoroso “Mulher Gato”. Então é até com certo reconforto que se verifica uma pequena melhora em suas escolhas.
Nesse suspense, ela interpreta Jordan, uma das responsáveis pelo atendimento de emergência 911 (no Brasil é 190). Tida como referência, ela entra em colapso nervoso quando sem querer é responsável pela morte de uma jovem. Meses depois afastada de sua posição, ela coincidentemente acaba retornando quando a adolescente Casey (Abigail Breslin que já atuou com Berry em “Noite de Ano Novo”) é sequestrada e colocada no porta-mala de um carro. Cabe à Jordan é à força policial, achar Casey antes que o assassino a elimine.
O diretor Brad Anderson, que foi do espetacular “O Operário” em 2004 ao péssimo “Mistério da Rua 7” em 2011, consegue mostrar de forma eficaz (mesmo que ficcional) o funcionamento do 911 americano de uma forma acessível e completa, dando um panorama contextual mais que suficiente para estabelecer a trama. Também acerta na impressão de um ótimo ritmo que não só cria a tensão no seu ponto ideal, como também envolve e prende o espectador na cadeira.
Halle Barry que mesmo tendo um Oscar, nunca foi dada a grandes atuações, não decepciona com uma performance correta, enquanto a jovem Breslin se destaca na falta de outros talentos.
Eis que chegamos nos polêmicos minutos finais da projeção que seguem à risca os piores clichês do gênero, onde a protagonista consegue ser mais inteligente que toda força policial… e isso apenas para começar o festival de eventos difíceis de engolir. Porém, como ressalva e talvez até defesa do roteiro, ao contrário dos suspenses que não tem noção do quanto o espectador reprova esse tipo de clichê, aqui pelo menos o diretor entende e procura dar explicações que, se parecem forçadas para alguns, para outros pelo menos se vê a boa vontade e bom senso de dar algum tipo de satisfação aos espectadores.
Pegando elementos de “Celular – Um Grito de Socorro” e até mesmo lembrando o primeiro “Jogos Mortais” em seu final, “Chamada de Emergência” reúne as qualidades necessárias para um suspense despretensioso que pelo menos vale o preço do ingresso.
Ficha Técnica
Elenco:
Halle Berry
Abigail Breslin
Morris Chestnut
Michael Eklund
David Otunga
Michael Imperioli
Justina Machado
José Zúñiga
Roma Maffia
Evie Thompson
Denise Dowse
Direção:
Brad Anderson
Produção:
Bradley Gallo
Jeffrey Graup
Michael A. Helfant
Michael Luisi
Robert Stein
Fotografia:
Tom Yatsko
Trilha Sonora:
Avi Youabian
