Distrito 9 (“District 9”, Nova Zelândia / Africa do Sul, 2009) ***NOS CINEMAS***

[youtube d6PDlMggROA]

Alguns filmes são tão bons que se melhorar estraga. “Distrito 9” é um exemplo de filme que, se o diretor Neill Bloomkamp tivesse colocado ainda mais algum ingrediente, o resultado poderia ser azedo. Mas é na medida.

Há 20 anos uma nave espacial pairou sobre Joanesburgo, na África do Sul. Por conta do problema com a nave, os alienígenas passaram a viver entre os humanos. Diversos conflitos entre as raças obrigaram o governo a formar uma área exclusiva para os ET’s, chamando-a de Distrito 9. Com o passar dos anos, virou uma grande favela, tal qual o pior dos subúrbios. O interesse maior do governo é estudar o DNA extraterrestre, pois eles são capazes de criar armas infinitamente mais potentes que as atuais. Quando um pacato agente visita a favela para uma ordem de despejo, é contaminado com um líquido misterioso e passa a ser a chave de uma conspiração que pode mudar o rumo dessa história.

A grande sacada dessa ficção científica é fazer uma clara analogia entre o que o racismo já representou entre os humanos e como seria com seres de outro planeta. Não é à toa que o local escolhido para a história é a Àfrica do Sul, berço do Apartheid. O próprio protagonista, o agente Wikus (o novato Sharlto Copley) passa por uma transformação psicológica enorme, indo de um inocente vilão até ter a epifania – ainda que forçada – sobre a igualdade entre as raças. E acreditem, ele passa por tudo da pior maneira possível.

Com um elenco totalmente desconhecido, o filme começa em caráter documental – o que foi até desnecessário, de tão rica que é a trama – e aos poucos vai se ajustando num híbrido entre o falso documentário e uma ficção propriamente dita. Os efeitos especiais são de primeira linha e, a ação, assim que começa, é implacável e não deixa o espectador desgrudar os olhos da tela, com uma violência no nível exato pra atrair dos mais exigentes até os fãs do puro gore. As criaturas e sua interação com os atores é feita de maneira não menos que primorosa. Chritopher e seu filho, os personagens alienígenas principais tem feições que conseguem transmitir a mesma emoção que qualquer ator de carne e osso.

De tão interessante, o público é obrigado a engolir algumas perguntas que ficam sem resposta, desde a facilidade como Wikus escapa da quarentena, até (a questão mais gritante) o estranho funcionamento da nave mãe, visto que fica difícil entender o que realmente a fez funcionar depois de tanto tempo.

Tirando a atenção desses meandros do roteiro, “Distrito 9” se revela uma das ficções científicas mais subversivas de todos os tempos, mudando completamente o conceito de invasão e do comportamento dos seres humanos, as vezes mais cruel do que qualquer alien sanguinário.

[rating:4]


Ficha Técnica

Elenco:
Sharlto Copley
Jason Cope
Nathalie Boltt
Sylvaine Strike
Elizabeth Mkandawie
John Summer
William Allen Young
Greg Melvill-Smith
Nick Blake
Jed Brophy
Louis Minnaar
Vanessa Haywood
Marian Hooman
Vittorio Leonardi

Direção:
Neill Blomkamp

Produção:
Peter Jackson

Fotografia:
Trent Opaloch

Trilha Sonora:
Clinton Shorter

ELENCO

DIREÇÃO

Avaliações dos usuários

Não há avaliações ainda. Seja o primeiro a escrever uma.

Avalie o filme

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email
Share on telegram