Divertida Mente (“Inside Out”)

Fazia tempo que a Pixar não fazia um filme a altura de “Up – Altas Aventuras” que pudesse emocionar adultos e crianças. A espera acabou. Em Divertida Mente a cabeça de uma criança é vista através dos olhos de seus sentimentos que são os personagens principais da trama: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojo. Eles expicam de modo impressionante como cada um introduz estímulos à jovem Riley que,m por sua vez cria memórias de curto e longo prazo e, principalmente, aquelas que formam a sua personalidade, as quais são usadas para ativar diversos setores de seu cérebro (Parque dos Macacos, da Confiança, etc). Quando Riley chega aos 11 anos, algumas mudanças passam acontecer na vida dela e os sentimentos não sabem lidar com isso. Tanto que a Alegria tenta a todo custo impedir que a Tristeza se aproxime, mas por um deslize, ambas acabam indo para o setor das memórias de longo prazo o que passa a causar uma série de incidentes na personalidade da criança.

Chega a ser incrível como essa explicação de mentirinha sobre como a personalidade de alguém funciona é tão bem montado e faz todo sentido (a Pixar contratou especialistas em psicologia para montar o roteiro). Tanto que em poucos minutos após o início do filme, o espectador já consegue ficar familiarizado com tudo que acontece (Exemplo: repare que o painel de controle vai ficando mais complexo na medida em que Riley cresce). A narrativa chega a ser genial, pois pega alguns poucos conceitos e explicam praticamente todo o funcionamento do cérebro humano, desde as emoções, personalidade, passando por amigos imaginários e até sonhos.

E ainda tem uma característica especial: um dos poucos filmes onde não há vilões, mas ainda assim, não deixa de ter conflitos e bastante emoção. Aliás, geralmente dissemos que as animações da Pixar são para crianças, mas servem para toda família. Dessa vez, é seguro dizer que essa animação é para a família, mas serve também para as crianças, de tão relevante que o tema pode ser tratado na vida das pessoas. Palmas também para a música minimalista de Michael Giacchino de “Jurassic World” que combinado com a trama, não vai ser difícil brotar lágrimas nos olhos do público.

Quando pensamos que todas as técnicas de computação gráfica já foram utilizadas, eles se reinventam: verifiquem como a pele dos sentimentos é revestida por partículas etéreas que ficam em constante movimento. Um detalhe menos, mas crucial para a caracterização dos personagens. Finalmente ainda conta com a marca registrada da produtora de fazer referências a vários de seus filmes anteriores e até seu próximo lançamento, “O Bom Dinossauro“.

Não coincidentemente dirigido pelo mesmo Pete Docter de “Up – Altas Aventuras”, “Divertida Mente” pensou em tudo, em cada detalhe, para emocionar e quase fazer um tratado fictício da passagem da infância e como ela lida com os problemas dos adultos. Simplesmente imperdível.

Obs: Quem vai ao cinema, vai poder ver o curta “Lava” que em poucos minutos e apenas uma trilha sonora, consegue ser tão emocionante quanto “Divertida Mente”.

Ficha Técnica

Elenco:
Amy Poehler
Phyllis Smith
Richard Kind
Bill Hader
Lewis Black
Mindy Kaling
Kaitlyn Dias
Diane Lane
Kyle MacLachlan
Paula Poundstone
Bobby Moynihan
Paula Pell
Dave Goelz
Frank Oz
Josh Cooley

Direção:
Pete Docter
Ronaldo Del Carmen

Produção:
Jonas Rivera

Trilha Sonora:
Michael Giacchino

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