Dominação (“Incarnate”)

https://www.youtube.com/watch?v=Yul56_j4RAg

Como já citei antes, o barato (aí literalmente) de se produzir filmes de terror é que custam pouco e quando emplacam, a rentabilidade é grande. Isto é, se um filme decola, ele paga uns cinco filmes que afundam. Um cara chamado Jason Blum descobriu isso há alguns anos e lançou a sua produtora Blumhouse responsável por mais ou menos metade do que estréia do gênero no cinema (a outra metade é da produtora do diretor Sam Raimi, a Ghost House). Com certeza algum filme bom pagou este, que é uma bola fora.

O primeiro “feito” (entre aspas porque não é necessariamente bom) que o diretor Brad Peyton (do fraco “Terremoto: A Falha de San Andreas”) foi fazer um filme de não terror. É sério: a abertura com uma trilha meio rock parece ser a antítese de toda o medo que um gênero gostaria de provocar.

Daí conhecemos o Dr. Ember (Aaron Eckhart de “Sully: O Herói do Rio Hudson”), que é uma espécie de exorcista misturado com o Professor Xavier de “X-Men”, porque para tirar o demônio do possuído, ele entra na mente das pessoas e as convence de que a fantasia que estão vivendo mentalmente não é realidade e não passa de uma possessão. Sim, o conceito é meio maluco, mas funcionou em “X-Men” e até poderia funcionar aqui se fosse melhor explorado. Mas vamos chegar lá.

Ele é chamado para exorcizar um menino que aparentemente está possuído por um espírito conhecido de Ember, fazendo-o travar uma batalha pessoal na mente da criança. De terror tem pouquíssimo, já que carece de sustos e outros elementos intrínsecos ao gênero. Tanto que até poderíamos chamar de uma “ação sobrenatural”, só que o grau de ação não é daqueles.

Pra complicar, o roteiro carece de lógica: a motivação da entidade e seu ciclo de vida são confusos. Afinal, porque um menino ficaria parado num quarto sem atacar ninguém, quando ele poderia literalmente tocar o terror? Pior ainda é a motivação do nosso herói, que muda de idéia a toda hora, indo de puro egoísmo ao altruísmo extremo, numa jornada tecnicamente pobre de direção e efeitos especiais, pouco aproveitada e explorada, e que ainda termina fazendo cosplay frustrado do clássico “O Exorcista” de 1973. Tem cenas constrangedoras como a briga entre o protagonista e um “ex” amigo e até mesmo um final picareta já batido em várias outras produções.

Dominação” tem os piores elementos que um filme de terror consegue trazer sem a contrapartida boa. Aí fica difícil.

Ficha Técnica

Elenco:
Aaron Eckhart
Carice van Houten
Catalina Sandino Moreno
David Mazouz
Keir O’Donnell
Matt Nable
Emily Jackson
Paul Vincent O’Connor
Natalija Nogulich
John Pirruccello
Petra Sprecher
Breanne Hill
Emjay Anthony
Vanya Asher
Karolina Wydra

Direção:
Brad Peyton

Produção:
Jason Blum
Trevor Engelson
Michael Seitzman

Fotografia:
Dana Gonzales

Trilha Sonora:
Andrew Lockington

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