Você já viu um filme que achou chatíssimo, mas que havia lido em algum lugar antes que ele era dito um filme de arte? Parece sim existir uma linha tênue que separa a arte da chatice e esta linha tem certo grau de subjetividade. Vejamos o caso de “Escritor Fantasma” estrelado e dirigido pelo histriônico Alan Cumming (“A Garota dos Meus Sonhos“).
Ele John, é um músico homossexual fracassado que virou um solitário professor particular. Um de seus passatempos é abrigar jovens potenciais talentos e desenvolvê-los, isso em troca de favores sexuais (apesar de não estar explícito na produção). Seu novo beneficiado é Sebastian (David Boreanaz das séries “Bones” e “Buffy“), um malandro que só se aproveita de John até que num confronto, Sebastian morre e John assume sua identidade até começar a ter visões do falecido.
Se a sinopse parece interessante, podem parar por aí. Sua narrativa é como uma peça de teatro que praticamente se alimenta de diálogos, enclausurada num pequeno cenário. Até aí tudo bem, não fossem a péssima qualidade dos diálogos presentes. Cumming perdeu o senso de “ser estrela” e parece ter realizado seu sonho (o dele) de ser o protagonista de sua própria tragédia grega, nem que pra isso ele tenha que ter sido o diretor.
O espectador tem uma overdose Cumming com um texto entediante e saturado, o qual nem ele parece saber o que fazer com o material nas mãos. “Escritor Fantasma” é um triste caso de uma tentativa medíocre de se fazer arte, mas não passar de um exercício de tortura para a platéia.
[rating:1]
Ficha Técnica
Elenco:
Alan Cumming
David Boreanaz
Anne Heche
Carrie Fisher
Karen Black
Henry Thomas
Jane Lynch
Direção:
Alan Cumming
Produção:
D.J. Paul
Craig Snider
Donald Zuckerman
Fotografia:
Alex Vendler
Trilha Sonora:
Paul Cantelon
