Finch

Finch” da Apple Originals é um ótimo filme que se torna ainda melhor se você entender o que ele não é: e ele não é uma ficção científica de ação, mas sim um drama existencial em meio a um filme de ficção.

Tom Hanks de “Relatos do Mundo” volta à sua velha persona gente boa – quase que interpretando ele mesmo – em ótima forma física (diga-se de passagem) como o Finch do título que sobreviveu a um evento apocalíptico e mora sozinho no laboratório onde ele trabalhava. Constrói um robô para cuidar do seu cachorro, sendo que esse robô vai adquirindo conhecimento e personalidade ao longo da viagem que eles fazem para descobrir novos horizontes que também podem vir com novos perigos.

Desde “Short-Circuit – O Incrível Robô” de 1986 até “Chappie” de 2015, robôs que adquirem consciência e personalidade geralmente são ótimos temas para um filme mais emocionante e leve. É mais ou menos o caso aqui com um interessante ajuste de que o elo mais fraco é o protagonista Finch, o qual já vem doente faz algum tempo.

O diretor Miguel Sapochnik de “Repo Men – Resgate de Órgãos” caprichou nos efeitos especiais principalmente no robô cuja mistura de efeitos mecânicos e práticos com os digitais são tão imperceptíveis que fazem toda a diferença na inteiração com os personagens de carne e osso (ainda tem o cachorro), e ainda dá uma dimensão mais emocional à relação entre ambos.

Muito mais que o apocalipse e os lugares comuns em filmes do gênero, o cerne da trama é a relação entre Finch – já desenganado psicologicamente – e o robô, um eterno esperançoso de que tudo vai dar certo. Só é um pouco incômodo que em quase 2 horas de filme o roteiro não explorou no primeiro ato um pouco da mecânica que faria o robô ter essa evolução de personalidade e emoções humanas e, dessa forma, o espectador já tem que engolir que tal tecnologia existe ou que Finch é realmente um gênio da robótica.

Hanks está ótimo meio atormentado pela iminência de perigo e do risco de morte que corre apenas por existir. A fotografia do mundo apocalíptico pé no chão de Jo Willems (“Operação Red Sparrow”) ficou excelente e sem apelações.

Finch” funciona bem tanto para cinema quanto para uma boa Sessão da Tarde e que, como todos os bons filmes sobre robôs, ensina muito mais sobre humanidade. Vale a pena!
Curiosidades:

– Quando Finch ativa o robô pela primeira vez, ele cita suas quatro diretrizes primordiais. A primeira delas e é 1ª Lei da Robótica de Isaac Asimov. Essas diretrizes também lembram aquelas faladas em “Robocop”.
– O robô de rodas se chama Dewey em homenagem ao robô com o mesmo nome do clássico “Corrida Silenciosa” de 1972 onde esse robô tem uma função parecida com a do filme.
– O robô principal batiza a si próprio de Jeff. O nome completo de Tom Hanks é Tom Jeffrey Hanks, sendo Jeff abreviação de Jeffrey.

Ficha Técnica

Elenco:
Tom Hanks
Caleb Landry Jones
Marie Wagenman
Lora Martinez-Cunningham
Oscar Avila

Direção:
Miguel Sapochnik

Produção:
Jacqueline Levine
Kevin Misher
Ivor Powell
Jack Rapke

Fotografia:
Jo Willems

Trilha Sonora:
Gustavo Santaolalla

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