Na década de 80, “quando tudo ainda era mato”, nasceram grandes franquias de terror que perduram até os dias atuais. Mas poucas foram tão esculhambadas quanto “Hellraiser” que começou de forma sensacional nas mãos de seu criador Clive Barker, dirigida por ele e adaptada de seus quadrinhos em 1987. Depois veio uma continuação muito boa, mas daí pra frente tudo desandou e nenhum dos filmes mais se salvou. Suas continuações são praticamente ainda mais retardadas do que a franquia “Brinquedo Assassino” – que ressuscitou na forma de série e vem fazendo relativo sucesso em sua 2ª temporada.
Voltando a “Hellraiser”, a história é sem pé nem cabeça: há uma espécie de julgamento da dimensão onde vive o Pinhead para criminosos da nossa dimensão. Isso pouco importa. Nesse interim, três policiais investigam uma série de crimes sanguinários de um misterioso serial killer. Isso também não importa. Importa menos ainda o fato de que coincidentemente as duas histórias (que generosidade chamar isso de história) vão se colidir e o resultado… também não importa de tão ridículo que é.
A produção inteira parece que foi filmada num único e pequeno galpão que vai mudando para passar a impressão de se estar em outro ambiente. O cenário da delegacia de polícia é risível, diga-se de passagem.
Nem o Pinhead original, Doug Bradley, dá as caras (o que acontece desde o filme passado da franquia) e a maquiagem e efeitos especiais são piores do que as executadas na década de 80.
“Hellraiser: O Julgamento” tinha tudo para dar errado e deu. Não é só um lixo. É o lixo que transbordou da lata. Ah, ainda tem uma cena pós créditos para não ver.
Curiosidades:
– O local onde se passa o julgamento, fica no endereço Rua Ludovico, nº 55 (isso é mostrado diversas vezes no filme) que é a casa da protagonista do “Hellraiser” original de 1987.
– O diretor Gary J. Tunnicliffe é fã de Doutor Estranho e desenhou na roupa de Pinhead o Olho de Agamoto. Coincidentemente, Scott Derrickson, diretor de “Doutor Estranho” estrou como diretor fazendo “Hellraiser 5: Inferno”.
– Numa cena passada num café os figurantes do estabelecimento são o time de efeitos visuais e maquiagem.
– O auditor (o cara que come as páginas) é o diretor do filme, Gary J. Tunnicliffe sob pesada maquiagem.
Ficha Técnica
Elenco:
Damon Carney
Randy Wayne
Alexandra Harris
Heather Langenkamp
Paul T. Taylor
Gary J. Tunnicliffe
Jeff Fenter
Tony Payne
Rheagan Wallace
Helena Grace Donald
Grace Montie
John Walpole
Direção:
Gary J. Tunnicliffe
Produção:
Michael Leahy
Fotografia:
Samuel Calvin
Trilha Sonora:
Deron Johnson
