Jack Reacher: Sem Retorno (“Jack Reacher: Never Go Back”)

Jack Reacher é o Ethan Hunt de “Missão Impossível” só que para missões um pouco menos impossíveis. Como todo personagem Tomcruisiano (cunhei o termo agora), Reacher é o cara que dá conta de qualquer parada, está pronto para tudo e arrasa corações inocentes e culpados. Não é a toa que no seu antecessor, “O Último Tiro”, eu o comparei com Maverick, personagem de Tom Cruise em “Ases Indomáveis”. O que vai diferenciar a qualidade de uma ou outra aventura do nosso herói é a história mesmo, porque a atuação é padrão desse tipo de personagem.

Nesse caso, o resultado anda de lado em comparação ao primeiro. Se naquele tínhamos a construção do personagem como elemento surpresa, aqui ele já está estabelecido e, por outro lado, temos uma conspiração de maior proporção para o herói resolver. Retornando a parceria com Edward Zwick desde “O Último Samurai” o Jack Reacher de Cruise virou um andarilho que resolve pequenos problemas e cultiva uma amizade a distância com a Major Turner (Cobie Smulders de “Vingadores” e famosa pela saudosa série “How I Met Your Mother”). Quando finalmente vai conhece-la pessoalmente, Reacher descobre que Turner foi presa e a partir daí começa uma investigação que vai leva-lo a um cartel de tráfego de armas do Oriente Médio, tendo que usar todos os seus métodos para provar a inocência da amiga, enquanto foge de tudo e todos e também proteger uma jovem que pode ou não ser a sua filha que nunca conheceu.

O diretor é sagaz com a ação e nunca deixa cair a peteca, sendo seu ritmo o grande trunfo da produção que tem menos acrobacias e mais tensão, dando um ar mais sóbrio, mesmo com escorregadas como a hilária cena do avião onde uma troca de socos não chama atenção de ninguém.

Lógico que o roteiro é um poço de clichês e tem uma previsibilidade de um mar cristalino: por exemplo, quando um personagem ensina um golpe a outro, tá na cara que isso vai ser crucial no final ou quando alguém é estúpido o suficiente tomar uma atitude que qualquer um saberia que atrairia os vilões. E se dá pra passar raiva com isso, o fato de Tom Cruise quere ser um anti-herói, mas ainda assim ser super politicamente correto não ajuda, até porque na série de livros sobre Jack Reacher escrita por Lee Child que já passa de vinte histórias, o protagonista é implacável (quase uma espécie de Justiceiro da Marvel). Infelizmente o ator resolveu fazer mais do mesmo.

Ainda assim, sua nova aventura agrada – talvez até um pouco mais do que o primeiro – pois não procura enganar o espectador, mostra a que veio, tem um ritmo dinâmico e uma história com o mínimo de complexidade para prender o público.

Curiosidades:
– Cobie Smulders não usou dublê em suas cenas.
– O filme é baseado no 18º livro da série. Seu antecessor é baseado no 9º livro.
– O autor da série faz uma aparição como o agente do aeroporto que checa a passagem de Reacher.
– 4º filme de Tom Cruise onde seu personagem se chama Jack. Os outros três foram A Lenda (1985), Oblivion (2012) e obviamente Jack Reacher: O Último Tiro.

Ficha Técnica

Elenco:
Tom Cruise
Cobie Smulders
Danika Yarosh
Aldis Hodge
Patrick Heusinger
Holt McCallany
Judd Lormand
Jason Douglas
Marisela Zumbado
Alexandra Lucchesi
Madalyn Horcher
Robert Catrini

Direção:
Edward Zwick

Produção:
Tom Cruise
Don Granger
Christopher McQuarrie

Fotografia:
Oliver Wood

Trilha Sonora:
Henry Jackman

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