Um casal tem uma briga violenta na frente do filho ainda criança. A discussão chega a agredir o espectador pela raiva e pela violência verbal proferida pelo casal, principalmente com a criança no meio. E então o espectador descobre a seguir que o tal marido é um matador profissional que se deu mal no serviço anterior e para se redimir com o misterioso grupo que o contrata, deve eliminar um a um de uma lista mais misteriosa ainda, junto com seu parceiro e melhor amigo. Toda essa pressão pessoal e profissional junto com estranhos acontecimentos a cada assassinato da lista, faz com que o matador comece a duvidar de sua sanidade.
E o que sua vida pessoal tem a ver com a lista e com o enredo? Tudo e nada. E é justamente o que impressiona: como o diretor usa elementos aparentemente desconexos para evoluir num clima de tensão que chega ao último ato praticamente insuportável (no bom sentido). Apostando em cortes secos, câmera na mão e ausência quase que absoluta de trilha sonora, o estilo do filme se assemelha aqueles “found footage” como “Cloverfield – Monstro”, mas com a óbvia diferença de que o cinegrafista não é um dos personagens. E é um dos motivos que causa certa aflição, como se o susto estivesse logo a seguir.
Falando de susto, apesar de parecer um filme de ação pela sinopse, na verdade estamos falando de um terror psicológico que só se revela em sua plenitude no último ato. O elenco leva a trama a sério e sua atuação também agrega no clima de suspense. O desfecho é o clímax no mais absoluto significado aterrorizante da palavra. E por mais que não se tenha a total compreensão dos fatos e da trama por trás dele, “Kill List” choca e arregaça com o coração do público. Não é um filme fácil, mas definitivamente é visceral.
Ficha Técnica
Elenco:
Neil Maskell
MyAnna Buring
Harry Simpson
Michael Smiley
Emma Fryer
Struan Rodger
Esme Folley
Ben Crompton
Gemma Lise Thornton
Robin Hill
Direção:
Ben Wheatley
Produção:
Claire Jones
Andrew Starke
Fotografia:
Laurie Rose
Trilha Sonora:
Jim Williams
