Ninfomaníaca: Volume 2 (“Nymphomaniac: Vol. II”)

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Existem três grandes mudanças entre a primeira e a derradeira parte da narração da história de Joe: a primeira, por incrível que pareça não é no filme em si, mas no público. No antecessor, o qual dá início à saga sexual dessa mulher, o espectador é pego em todos os sentidos pelo diretor Lars von Trier, principalmente na sua narrativa em capítulos, entrecortada com analogias inteligentes e interferências gráficas na tela na hora de denotar determinada figura de linguagem. Neste desfecho é de se esperar que a plateia já venha mais preparada o que invariavelmente deixa uma marca um pouco menor, diminuindo o efeito que seria, caso fosse um filme só.

A segunda mudança está no próprio estilo de von Trier com as analogias que permeiam a história, o qual se resume numa cena em que Joe fala para Seligman: “Essa foi a sua digressão mais fraca” como se até a personagem principal reconheceu que Seligman, responsável pela maioria das analogias através de digressões, tivesse enfraquecido, alijado da genialidade que outrora mostrou durante o “Volume 1“.

O que nos leva à última mudança, a qual é a da própria direção da história. Enquanto a primeira parte, tudo é sobre as descobertas de Joe perante o sexo, o que leva o espectador a descobrir-se como alter ego da personagem mesmo que reprovando seus atos, neste último capítulo parece que tudo já foi descoberto, levando nossa anti-heróina a uma espiral depressiva que mais se parece com outros dramas do gênero, além de, com algumas exceções, ter uma trama mais linear.

São esses três aspectos que diluem a força da produção, logicamente sem nunca diminuir sua qualidade, sendo ainda recheada de uma densa história, ótimos momentos e atuações surpreendentes como na dinâmica de Joe (já na pele de Charlotte Gainsbourg) com o sadista K (Jamie Bell de “A Legião Perdida”, excelente).

Apesar de um final que não necessariamente representa uma reviravolta e para os mais atentos poderia até ser chamado de previsível, o fechamento se dá bem ao gosto do diretor, tendo total consistência com as afirmativas finais de Joe. Inclusive, o conjunto da obra é tão bom que dá vontade de ver o que ela faria a seguir.

Ficha Técnica

Elenco:
Charlotte Gainsbourg
Shia LaBeouf
Connie Nielsen
Uma Thurman
Jamie Bell
Willem Dafoe
Stacy Martin
Stellan Skarsgård
Christian Slater
Sophie Kennedy Clark
Mia Goth
Kate Ashfield
Caroline Goodall
Udo Kier
Jean-Marc Barr

Direção:
Lars von Trier

Produção:
Marie Cecilie Gade
Louise Vesth

Fotografia:
Manuel Alberto Claro

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