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Enquanto o Cristo Redentor é promovido ao status de uma das sete maravilhas do mundo, a miséria continua sendo o cartão postal do cinema brasileiro. Tanto “Cidade de Deus”, “Central do Brasil”, entre outros, e este “O Céu de Suely” mostram a falta de esperança e até onde seus personagens chegam para conseguir seu lugar no mundo.
Hermila (a ótima Hermila Guedes) volta à sua cidadezinha no interior do Nordeste e, ao constatar ser abandonada pelo marido, rifa seu corpo para poder dar uma condição melhor à família e depois fugir pra bem longe. De bom o filme tem fortes atuações de sua protagonista e do gigante João Miguel, de “Cinema Aspirinas e Urubus”, também da categoria miséria e da subcategoria Nordeste.
De ruim, os diretores ainda não perceberam que o público está enjoado da batida cartilha desse cinema brasileiro neo-independente que é contemplativo, mas com imagens que pouco dizem ou fazem parte da textura do contexto. É como se muitos exemplares do cinema nacional ficassem enrolando somente pra não ser classificado como curta. Também nessa mesma cartilha reza que o final deve ser emblemático. E assim o é, mas sem nenhum motivo de ser.
Os extras pelo menos são interessantes e mostram, entre outras coisas, uma interessante curiosidade: os personagens têm o mesmo nome dos atores.
Nota 6
Ficha Técnica
Elenco:
Hermila Guedes
Georgina Castro
Maria Menezes
João Miguel
Direção:
Karim Aïnouz
Produção:
Walter Salles
Maurício Andrade Ramos
Hengameh Panahi
Thomas Habërle
Peter Rommel
Fotografia:
Walter Carvalho
Trilha Sonora:
Berna Ceppas
Kamal Kassin