O Rei Leão (“The Lion King”)

Com tantos estímulos de marketing de um universo de filmes e blockbusters, talvez as pessoas não entendam que esse é um novo marco do cinema. Marco histórico porque é a reimaginação de um dos maiores clássicos do segundo auge da animação da Disney – talvez o maior. Marco tecnológico porque, apesar de ser descrito como uma adaptação em live action (tal qual “Alladin“ foi), na verdade pode-se dizer que é a primeira adaptação em CGI action, ou seja, absolutamente nada é um ser vivo real, sendo tudo criado por computador. E finalmente, algo que não necessariamente é um marco, mas é a essência da resenha: o filme é muito bom e praticamente rivaliza com a versão original de 1994, onde Simba perde seu pai Mufasa e foge, com seu tio malvado Scar assumindo o reinado da floresta. E anos depois Simba e seus novos amigos Timão e Pumba, vão tentar reaver o trono.

O espetáculo visual é tamanho que quase não se percebe que a produção também é um musical, dessa vez muito bem produzido pelo cantor e compositor Pharrel Williams juntamente com os mesmos autores do original, Tim Rice e Elton John; bem como a trilha instrumental por Hans Zimmer (“X-Men: Fênix Negra”) que também compôs para a animação de 1994.

Com um elenco que coube como uma luva em cada papel, destaque para o senhor de 86, James Earl Jones, único do ator do clássico original a repetir sua participação como Mufasa, o que dá uma energia quase surreal ao filme (para quem não sabe ele também é a icônica vos de Darth Vader). E tem o ótimo Seth Rogen de “O Artista do Desastre” como Pumba desempenhando perfeitamente o alívio cômico.

O maior desafio técnico, sem dúvida, foi como pegar as expressões do desenho animado – que não tem a obrigação com a realidade – e imprimir em personagens que são exatamente animais “reais”. O diretor Jon Favreau que já teve uma ótima experiência com outra adaptação da Disney, “Mogli: O Menino Lobo” preferiu não contornar o problema e encará-lo: ele não fez concessões para que houvesse uma expressão emotiva, mas ao invés disso, projetou os personagens com pequenas nuances para que o espectador pudesse entender seus sentimentos, mas sem nunca distorcer as suas faces. Apesar de obviamente não haver a mesma expressão do desenho animado, em momento algum dificulta a interpretação.

O Rei Leão” não substitui o original, mas é uma adaptação à altura, de um realismo incrível e sobe o nível técnico e narrativo do cinema. A Disney tá de parabéns!

Curiosidades:

– Ao contrário do desenho original, os olhos de Simba são azulados. Isso é porque na realidade, os leões ficam sem enxergar por cerca de 10 dias após seu nascimento, o que causa redução da melanina no olho e consequentemente essa cor.
– No desenho Timon conseguia andar sob as duas patas, mas aqui espelha a realidade: ele consegue ficar em pé como um bípede, mas só se movimenta sob as quatro patas.
– Alguns diálogos foram tirados da adaptação teatral de O Rei Leão que é um sucesso até hoje na Brodway.
– Na versão alemã a leoa Nala adulta é dublada pela mesma atriz que dublou Nala filhote no original de 1994 alemão.
– Há uma cena onde aparece um grupo de elefantes com o Monte Kilimanjaro como pano de fundo o que indica que o filme se passa na Tanzânia.
– A cantora Beyoncé (voz de Nala) fez um álbum inteiro intitulado O Rei Leão por causa do seu amor pelo filme e disse que é também uma declaração de amor pela África.

Ficha Técnica

Elenco:
Donald Glover
Beyoncé
Chiwetel Ejiofor
John Oliver
James Earl Jones
Seth Rogen
Billy Eichner
John Kani
Alfre Woodard
JD McCrary
Shahadi Wright Joseph
Penny Johnson Jerald
Keegan-Michael Key
Eric André
Florence Kasumba
Amy Sedaris
Chance the Rapper

Direção:
Jon Favreau

Produção:
Jon Favreau
Karen Gilchrist
Jeffrey Silver

Fotografia:
Caleb Deschanel

Trilha Sonora:
Hans Zimmer

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