O Vôo da Fênix (“Flight of the Phoenix”, EUA, 2004)

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Sair do cinema com a impressão de que o expectador passou duas horas olhando para uma tela em branco. Essa é a provável sensação ao sair da sessão de “O Vôo da Fênix“, um filme que não tem nada a dizer, além de fazer os atores se submeterem a atuações constrangedoras.

Numa viagem pelo deserto um avião cai no meio do nada por culpa do capitão Frank Towns (Denis Quaid de “O Dia Depois de Amanhã“). Após alguns dias sem socorro, eles decidem construir um outro avião com o que sobrou do original após a queda. E talvez o filme deveria terminar nos primeiros 15 minutos com a queda onde todos morressem. Seria mais digno do que o que vem a seguir.

No resto da projeção, o roteiro busca de forma obsessiva situações que beiram o absurdo só para que alguém morra. De tropeços em pedras, passando por tempestade de raios, até contrabandistas, tudo é válido para preencher os longos 112 minutos de filme. Permeando tudo, ainda sobra tempo para os diálogos mais clichês que Hollywood consegue inventar. O que dizer da fala “Quando eles não têm nada, dê amor, quando não têm amor, dê esperança, quando não têm esperança, dê alguma coisa pra fazer“??? Um diálogo absurdo, mas está lá.

Pior é fazer um filme de “queda de avião” que quase não choca, frente a outros do passado muito mais contundentes, tal qual “Vivos!” de 1993 com Ethan Hawke. Esse sim mostrava a que vinha com situações realistas e personagens reais.

Mas se há algo imperdoável com o filme é a metamorfose que os personagens sofrem para se enquadrarem ao que o roteiro exige. Por exemplo, o personagem vivido por Giovanni Ribisi (de “Encontros e Desencontros“): ele é o engenheiro Elliot que simplesmente de uma hora para outra vira vilão pra depois se tornar mocinho novamente. E pior: ninguém faz nada a respeito! O próprio protagonista, Frank, juntamente com seu assistente AJ (Tyrese de “Mais Velozes e Mais Furiosos“) começam como personagens antipáticos e lá pela metade do filme já são os queridinhos da tripulação, com direito a discurso engrandecedor no último ato.

O diretor John Moore, cujo currículo é representado apenas por “Atrás das Linhas Inimigas” cometeu um filme ainda pior, onde nada se salva, tendo que apelar para uma trilha sonora que ordena ao expectador: agora palmas; agora medo. Esse é um recurso muito utilizado quando a imagem não transmite nada. Mas nesse caso não deu para salvar o filme do desastre. A Fênix ficou no chão.

Nota 2


Ficha Técnica

Elenco:
Dennis Quaid
Giovanni Ribisi
Tyrese Gibson
Miranda Otto
Tony Curran
Jacob Vargas
Hugh Laurie
Jared Padalecki

Direção:
John Moore

Produção:
William Aldrich
Alex Blum
John Davis
Wyck Godfrey

Fotografia:
Donal Caufield
Brendan Galvin

Trilha Sonora:
Marco Beltrami

ELENCO

DIREÇÃO

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