Para Sempre Alice (“Still Alice”)

Da mesma forma que “Birdman” ganhou o Oscar de melhor filme por ser o filme certo na hora certa, Julianne Moore (“Sem Escalas”) ganhou o Oscar de melhor atriz por “Para Sempre Alice” por ser a atriz certa, no papel certo e na hora certa.

Ela interpreta a personagem do título, uma renomada professora de linguística que é diagnosticada com um raro tipo de Mal de Alzheimer precoce e tem que lidar com a perda de sua identidade junto à sua família. A mais importante mensagem da obra é criar a consciência de que ninguém no mundo é mais especial que o outro: Alice é uma pessoa saudável que não fuma, bebe socialmente, pratica exercícios, lê bastante e exercita a sua mente. Ainda assim, foi contemplada com esse mal tão terrível que aflige a tantos.

Ao invés de partir para extremos, o roteiro faz a escolha acertada em criar uma personagem tão consciente de sua condição que investe em formas lógicas e inteligentes para retardar ou driblar os sintomas. E aí entra a grande performance de Moore: sem jamais se deixar levar por maneirismos, ela faz a sua Alice uma pessoa discreta e polida, sendo suas reações, mesmo na degradação avançada, perfeitamente críveis e que devem criar toda a afinidade possível com o espectador.

A dupla de diretores e o cinegrafista Denis Lenoir (“As Duas Faces da Lei”) também utilizam o interessante recurso de desfocar as imagens como num apelo visual para que o público sinta um certo desconforto quando a protagonista começa a sentir os sintomas. Aliás, tanto os sintomas como a doença em si são muito bem apresentados, cumprindo até uma função social junto à produção.

Se com tudo isso as lágrimas não brotarem, a trilha sonora de Ilan Eshkeri (“47 Ronins”) deve dar conta do recado se juntando a paleta sempre clara da bela fotografia, o brilhante desempenho de Julianne Moore e a química frente ao elenco de coadjuvantes encabeçado pelo competente Alec Baldwin (“Blue Jasmine”) como o marido de Alice e Kristen Stewart que pelo menos adequa sua persona de Bella de “Crepúsculo” agregando mais do que prejudicando.

Para Sempre Alice” é um filme de luta e esperança que, independentemente de seu desfecho e de como o espectador possa imaginar que continue, uma coisa é certa: o amor sempre sobrevive.

Cusiosidade: O filme foi dirigido por Richard Glatzer e Wash Westmoreland. Glatzer é portador de Alzheimer numa fase em que já não consegue mais falar, mas ainda preserva os movimentos. Ele dirigiu o filme através de um app para iPad que reproduz aquilo que ele escreve para poder se comunicar.

Ficha Técnica

Elenco:
Julianne Moore
Alec Baldwin
Kristen Stewart
Kate Bosworth
Shane McRae
Hunter Parrish
Seth Gilliam
Stephen Kunken
Erin Drake
Daniel Gerroll

Direção:
Richard Glatzer
Wash Westmoreland

Produção:
James Brown
Pamela Koffler
Lex Lutzus

Fotografia:
Denis Lenoir

Trilha Sonora:
Ilan Eshkeri

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