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Tem coisas que só uma animação faz pra você. Ver o mundo com todas as abstrações que uma pequena criança pode ter, mas com uma consciência pé no chão já é um mérito. Se o mundo da qual a nossa pequena Marjane faz parte é no Teerã no auge da revolução islâmica pode se tornar uma das histórias mais originais e mais tocantes que o desenho pode ter.
E não é a toa que “Persépolis” foi vencedor de vários prêmios pelo mundo a fora. Acompanhamos o crescimento da nossa heroína, da infância a sua fase adulta, ao mesmo tempo em que vemos a ascensão, queda e restabelecimento do regime do Xá, a guerra contra o Iraque e como esses e outros eventos afetam o cotidiano da família de Marjane e também como ela lida com todas as dificuldades. Não só as do cenário interno, mas como aquelas inerentes ao seu amadurecimento como o amor, o sexo e os vícios.
Mesmo sendo obviamente um drama, as partes humorísticas também se fazem destacar, como a cena em que ela descreve as mudanças em seu corpo ao passar para a pós adolescência ou como ela vê seu namorado antes e depois do término de seu relacionamento. Melhor ainda é saber que existe qualidade indescritível às animações que fogem da computação gráfica (muito pouco é usado) e se atêm ao universo 2D. Nesse aspecto, “Persépolis” é irrepreensível. É um longa de animação que provavelmente fará o espectador pensar bem mais do que qualquer outro já visto. Ah, e o nome da nossa heroína é o mesmo da diretora, caso não atentem para o fato.
[rating:4]
Ficha Técnica
Elenco:
Chiara Mastroianni
Catherine Deneuve
Danielle Darrieux
Simon Abkarian
Gabrielle Lopes
Direção:
Vincent Paronnaud
Marjane Satrapi
Produção:
Xavier Rigault
Marc-Antoine Robert
Trilha Sonora:
Olivier Bernet