Resident Evil: Bem-vindo a Raccoon City (“Resident Evil: Welcome to Raccoon City”)

Só o fato da pavorosa franquia encabeçada pela Milla Jovovich e dirigida pelo seu (agora) ex-marido Paul W. S. Anderson ter acabado para dar lugar a um novo começo já é motivo de comemoração (se bem que Paul W. S. Anderson continua aqui como produtor executivo).

Por questões legais tiveram que impor um subtítulo meio nada a ver, o tal “Bem-Vindo a Racoon City”, mas isso é o de menos.

Muito mais fiel aos primeiros games da série e com referência a vários outros, a história se passa em 1998 (o primeiro jogo se chamava Bio-Hazard e se passava em 1996) onde a empresa farmacêutica Umbrella Corporation está deixando a decadente cidade de Racoon City depois de ter explorado e esgotado seus recursos.

O que ninguém sabe é que vazamentos de produtos químicos aos ponchos iriam transformar as pessoas em zumbis sedentos de sangue. Nesse meio tempo a jovem Claire (Kaya Scodelario de “Na Toca do Tigre”) volta para casa para ver seu irmão Chris (Robbie Amell dos filmes da NetFlix “A Babá”) justamente quando as coisas estão prestes a explodir, deixando eles e a força policial da cidade em alerta máximo.

O diretor Johannes Roberts que tem histórico em filmes de terror como a saga “Medo Profundo”, acertou em retornar as origens do gênero com bastante sustos e ótimos efeitos especiais, utilizando a trilha sonora ao seu favor.

Entretanto ainda faltou um pouco de condução. Sua abordagem de revezar entre várias linhas narrativas e cenários dilui a tensão e urgência, mesmo se utilizando de uma contagem regressiva pungente para “apressar” nossos heróis.

O casting também nem sempre joga a favor, sendo uma decisão questionável: se por um lado escalar um elenco mais genérico com poucos nomes conhecidos dá mais oportunidade para os personagens se destacarem por igual e serem mais homogêneos, por outro, a falta de pelo menos um protagonista mais icônico, uma Milla Jovovich por exemplo (sem ironia), corta um pouco da conexão entre público e personagens. Depois de Kaya Scodelario, temos no máximo uma Hannah John-Kamen (a vilã de “Homem Formiga e a Vespa”) interpretando a que seria a grande Jill Valentine, personagem nos games praticamente tão importante quanto a Alice de Jovovich foi na franquia anterior.

Entre erros e acertos, o novo “Resident Evil” tem tudo para emplacar, se mantiver a pegada de terror e não atirar para todos os lados das inúmeras possibilidades de história até se tornar irrelevante como fez a malfadada franquia anterior.

Ah, tem cena pós créditos.

Curiosidades:

– Há uma cena em que Jill pergunta aos amigos qual morte seria a pior: ser engolido por uma cobra ou por um tubarão. No primeiro game da série há um cenário onde ambas as mortes podem acontecer.
– A Capcom (criadora do game) deu as plantas baixas da delegacia e da Mansão Spencer para que recriassem no filme.
– Aliás, a delegacia é enorme com arquitetura requintada e pé direito alto porque antes era um museu de arte. No filme isso não é citado, mas no game sim.
– A música tocada no piano numa cena dentro da mansão Spencer também toca no game.
– O relatório mostrado no final (em letras verdes) é idêntico em formato ao relatório que aparece no início do primeiro game.

Ficha Técnica

Elenco:
Kaya Scodelario
Hannah John-Kamen
Robbie Amell
Tom Hopper
Avan Jogia
Donal Logue
Neal McDonough
Lily Gao
Chad Rook
Marina Mazepa
Nathan Dales
Josh Cruddas
Pat Thornton
Holly de Barros
Janet Porter
Lily Gail Reid

Direção:
Johannes Roberts

Produção:
Hartley Gorenstein
James Harris
Robert Kulzer
Martin Moszkowicz

Fotografia:
Maxime Alexandre

Trilha Sonora:
Mark Korven

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