Robin Hood (EUA, 2010) ***NOS CINEMAS***

Há tempos que Ridley Scott queria fazer uma espécie de novo “Gladiador“, mas só havia conseguido o fraquíssimo “Cruzadas”. Agora faz uma nova tentativa contando com o seu trunfo original, o ator Russel Crowe, o qual também foi seu parceiro no mediano “Rede de Mentiras“.

Contando a origem do príncipe dos ladrões (opa esse foi o título do clássico pop de 1991 com Kevin Costner!), Robin Longstride é um soldado do exército de Ricardo Coração de Leão (Danny Huston de “O Fim da Escuridão” quase irreconhecível), o qual passou dez anos longe da Inglaterra conquistando e pilhando terras na Europa. Na batalha que culmina na morte do rei, ele e seus amigos fogem e por uma ironia do destino, param em Nottingham e irão se envolver numa conspiração entre o novo rei da Inglaterra, João (que já foi o pai de “Jesus – A História do Nascimento“) e seu amigo que se revelará um traidor da pátria Godfrey (Mark Strong, à vontade no papel de vilão depois de “Sherlock Holmes“).

O primeiro ato é o melhor, mostrando Robin Hood como um mercenário apenas querendo proveito próprio. Entretanto depois que ele acha uma espada com uma intrigante inscrição, o roteiro enlouquece e seu personagem muda da água pro vinho sem explicação nenhuma. Conta-se que o roteiro teve diversos tratamentos e que no último, ia sendo escrito a medida em que se filmava. Não é a toa, portanto, que haja passagens completamente sem sentido: a relação de Robin com Lady Marion (Cate Blanchett de “O Curioso Caso de Benjamin Button“) é digno de uma comédia romântica ruim. Ela é uma mulher casada que mal soube que seu marido morreu e uma semana foi tempo suficiente para ela odiar o protagonista e logo depois passar a amá-lo. Pior é o roteiro tentando se explicar quando ela diz que mal conheceu seu finado marido, pois casou com ela e uma semana depois foi pra guerra. Até as mulheres de hoje dão desculpas melhores.

Até a conspiração de Godfrey é fajuta e parece ter pouca profundidade. Já o rei João que poderia ser um grande vilão é transformado em alívio cômico, tal qual 70% dos personagens em cena. Por pouco “Robin Hood” não vira uma comédia. Mas o prêmio abacaxi de pior cena vai para quando ele lembra suas origens com seu pai, conversando com o adoentado sogro de Lady Marion, Sir Walter Loxley (Max Von Sydow de “Ilha do Medo“). É algo de arrancar risadas, principalmente quando Loxley pede para Robin fechar os olhos e lembrar e daí o flashback aparece de forma mais absurda que em os mini-flashbacks de “Os Normais“.

Os aspectos técnicos também são questionáveis. Se a fotografia está longe de ser épica, a edição de som peca de forma aterradora ao fazer com que simples gritos soem como se fossem falados de um trio elétrico. Os últimos minutos também parecem ter sido colocados de outro filme, tamanha é a diferença no ritmo da narrativa. O espectador sai com um final indigesto, como se já não bastasse todas as lacunas na história. Aliás, esse ritmo é sempre quebrado provavelmente por conta dos problemas já descritos de roteiro, fazendo com que “Robin Hood” saia de ser um bom filme de ação para apenas um filminho fraco que só deve mesmo agradar aos mais desavisados.

[rating:2]


Ficha Técnica

Elenco:
Russell Crowe
Cate Blanchett
Max Von Sydow
Mark Strong
William Hurt
Mark Addy
Danny Huston
Oscar Isaac
Kevin Durand
Matthew Macfadyen
Alan Doyle
Scott Grimes
Robert Pugh
Douglas Hodge
Léa Seydoux
Eileen Atkins
Simon McBurney

Direção:
Ridley Scott

Produção:
Russell Crowe
Brian Grazer
Ridley Scott

Fotografia:
John Mathieson

Trilha Sonora:
Marc Streitenfeld

ELENCO

DIREÇÃO

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