Space Jam: Um Novo Legado (“Space Jam: A New Legacy”)

A década de 90 teve três ícones: Michael Jackson, Michael Jordan e Macaulay Culkin, como mostra a foto que representa perfeitamente aquela década:

E pegando carona na volta da moda de misturar desenhos animados com o mundo real em live action que Robert Zemeckis inaugurou em 1988 com “Uma Cilada Para Roger Rabbit”, a Warner Bros fez em 1996, uma divertida bobagem chamada “Space Jam: O Jogo do Século”, capitalizando em cima do astro do basquete Michael Jordan e na icônica turma do Pernalonga, os Looney Tunes. Foi um fenômeno desde a volta dos bonecos ou action figures, até o sucesso de sua trilha sonora.

Em pleno 2021, o fenômeno do basquete há muito passou – pelo menos no cunho mundial – mas ainda assim a Warner tentou ressuscitar o tema fazendo uma espécie de cosplay do primeiro, visto que pouquíssima coisa muda com exceção dos efeitos especiais modernizados, e contratou o diretor Malcolm D. Lee de comédias babinhas como “Um Salão do Barulho 3” para segurar esse pepino.

O astro da vez é o cotadíssimo LeBron James que tem uma família fictícia e pena para levar seu filho mais novo para o caminho do basquete. Forçando a barra, há um tal de algoritmo da Warner interpretado por Don Cheadle (e pensar que ele já foi um dos “Vingadores”) que tem um plano para dominar o mundo, ou algo parecido, que envolve… bem… um jogo de basquete no mundo virtual da Warner contra o próprio LeBron. E começa abduzindo o filho dele. Para salvá-lo o astro da NBA vai ter que convocar Pernalonga e seus amigos para o time e uma nova partida.

O roteiro é tão retardado que parece ter sido escrito pelos Animaniacs, pois simplesmente joga premissas sem sentido com o único objetivo de fazer a mistureba entre o jogador e o desenho animado, inicialmente 2D que depois vira 3D.

A melhor parte e ver algumas sacadas criativas onde a produção coloca clássicos ou personagens de outros filmes do estúdio para darem as caras, como na ótima seqüência com “Mad Max”, “Matrix”, “Casablanca”, “Game of Thrones” e “Mulher Maravilha” ou ver a torcida do jogo no último ato que vão desde “King Kong”, até “O Gigante de Ferro”, “Batman e Robin” com seus arquiinimigos como o Pinguin, Charada e Senhor Gelo, passando Pennywise, a gangue de “Laranja Mecânica”, “Rick & Morty” e muitos outros.

De resto, a trama família, a preparação para o jogo e o próprio jogo em si são sonolentos e pedantes. LeBron não tem o carisma de Jordan (que já não era lá essas coisas) e os personagens animados são bons, mas não há nenhuma inovação narrativa.

O desfecho não faz o menor sentido e pelo visto não é para fazer, o que só nos deixa com os seguintes conselhos: Quer ver LeBron James? Sintonize na MBA. Quer ver o Pernalonga? Vai na Warner Channer e curta os desenhos. Quer ver a mistura da NBA com o desenho? Veja o primeiro Space Jam de 1996… e ainda assim com ressalvas. É isso aí pessoal!

Curiosidades:

– O filme foi lançado no mês que o antecessor completou 25 anos.
– O único dublador do primeiro “Space Jam” que retornou foi Bob Bergen que dubla o Piu-Piu.
– A nave de Marvin, o marciano tem a placa A113 que é a sala do Instituto de Artes de grandes animadores, incluindo os fundadores da Pixar.
– Pierre o Gambá não aparece no filme por causa dos protestos de ativistas alegando que ele é um assediador sexual. Era só o que faltava…

Ficha Técnica

Elenco:
LeBron James
Don Cheadle
Cedric Joe
Khris Davis
Sonequa Martin-Green
Ceyair J Wright
Harper Leigh Alexander
Xosha Roquemore

Direção:
Malcolm D. Lee

Produção:
Maverick Carter
Ryan Coogler
Duncan Henderson
LeBron James

Fotografia:
Salvatore Totino

Trilha Sonora:
Kris Bowers

Avaliações dos usuários

Não há avaliações ainda. Seja o primeiro a escrever uma.

Avalie o filme

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email
Share on telegram