Super (EUA, 2010)

Se “Kick Ass – Quebrado Tudo” fosse “suecado” (veja o que significa essa expressão no final da crítica) e tivesse seu protagonista envelhecido uns quinze anos, o resultado poderia se enquadrar perfeitamente em Super.

Como uma polêmica sátira aos filmes de super-herói, a produção apresenta Frank (Rainn Wilson de “O Roqueiro”) como aquele típico looser, cuja belísima esposa Sarah (Liv Tyler de “Os Estranhos”), uma ex-viciada, tem uma recaída e cai nas garras do traficante Jacques (Kevin Bacon de “Amor a Toda Prova”).

Frank tem uma epifania de que para salvá-la, ele deve salvar a cidade de todos os crimes e então constrói um personagem chamado The Crimson Bolt e sai por aí sem nenhum tipo de treinamento, usando a violência contra todo tipo de delito. Enquanto pega a prática para tentar recuperar sua mulher, recebe a ajuda de uma adolescente empolgada (Ellen Page de “Face Oculta”), cujo maior sonho é ser parceira de um super-herói.

O filme envereda por dois caminhos distintos e igualmente interessantes: a própria definição do arquétipo de um super-herói que remete de maneira cômica a uma convicção quase religiosa do protagonista como sua evolução no “ofício” (horas parado esperando algum crime, o qual muitas vezes não acontece) e a tutoria à sua pupila oferecem uma atração a parte para os fãs do gênero.

O outro caminho que, apesar de ser hilário, também é polêmico, refere-se a um assunto bastante atual: a patrulha da intolerância. O nosso herói assume uma posição de tolerância zero e reage com extrema violência a qualquer delito, inclusive a atos que seriam meramente mal educados como furarem uma fila de cinema. Esse fator também se reflete num programa que inspira Frank a usar a religião como justificativa plausível para o ataque a qualquer postura que ele considere intolerável.

Tirando essa questão mais profunda, “Super” tem outra série de pontos positivos, como a violência, a qual mesmo esporádica, é usada de forma gráfica e explícita, além do estilo de sua narrativa lembrar outro ótimo exemplar do gênero, “Scott Pilgrim contra o Mundo”. Talvez o único ponto negativo seria a quebra do ritmo quando o roteiro se reveza entre abordar questões filosóficas e simplesmente explorar a ação comédia que a própria narrativa proporciona.

Essa produção independente consegue ser uma paródia inteligente dos filmes de super-herói que mostra por alguns outros prismas o que o público achava que poderia já estar saturado. Pra ver sem medo.

Curiosidade:

Filme suecado: paródia tosca em cima do original (definição resumida do crítico Pablo Vilaça).

Ficha Técnica

Elenco:
Rainn Wilson
Ellen Page
Liv Tyler
Kevin Bacon
Gregg Henry
Michael Rooker
Andre Royo
Sean Gunn
Stephen Blackehart

Direção:
James Gunn

Produção:
Miranda Bailey
Ted Hope

Fotografia:
Steve Gainer

Trilha Sonora:
Tyler Bates

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