Virgínia (“Twixt”)

https://www.youtube.com/watch?v=1y4rPkpDNKY

Virgínia” está para o grande diretor Francis Ford Coppola assim como “Hacker” está para Michael Mann. E pra quem chegou no mundo agora, estamos falando do Coppola da trilogia “O Poderoso Chefão”, “Apocalipse Now”, “Drácula”, entre outros. Aqui ele tentou fazer uma experiência de filme em tempo real (edições de acordo com a reação do público), as a tecnologia não ajudou e ele acabou metendo os pés pelas mãos, fazendo algo convencional e bem indigno de sua biografia.

O sumidaço Val Kilmer (“Palo Alto”) é Hall, um escritor que vai divulgar seu novo livro numa cidadezinha cercada de lendas urbanas, incluindo um massacre de crianças há algumas décadas. Com um recente assassinato, ele decide investigar, menos para descobrir os culpados e mais para ter material para um novo livro. Nesse meio tempo ele começa a sonhar com Virgínia (Elle Fanning de “A Lei da Noite”), uma das supostas vítimas do massacre, e com o escritor famoso Edgar Allan Poe (Ben Chaplin de “Snowden: Rebelde ou Traidor”) para pegar dicas de como escrever (é sério).

Se alguém perguntar o que Edgar Allan Poe tem a ver com a história, é difícil responder, tal qual é difícil qualquer pergunta numa trama permeada de falta de lógica. Tá na cara que, involuntariamente, o roteiro desenvolveu algo abstrato onde sonhos e realidades se misturam e ainda há um terceiro fator, ou uma outra realidade, que se descobre praticamente no último minuto e acaba invalidando muitas das possíveis tensões ao desenrolar da narrativa. Falei “possíveis”, pois essas tensões nunca se materializam e muitas vezes sequer são construídas, pois Coppola parece sempre inserir um elemento cômico independente do teor da cena (Ex: a sequência da tábua Ouija é hilária) e o tiro sai pela culatra: não assusta, nem faz rir. Apenas provoca um incômodo de não se saber exatamente o que se está assistindo.

O que se salva é o design de produção criativo, mesmo com um budget baixo, mas que consegue credibilidade, como nas cenas de sonho que sempre são bem feitas (para um filme B, é claro).

Virgínia” tem pouquíssima coerência e se perde gradualmente a medida em que vai avançando. Tenta dar um desfecho que supostamente amarraria todas as pontas, mas fica aquela sensação de ter sido ludibriado. Melhor deixar pra lá.

Curiosidades:
– A esposa do personagem de Val Kilmer no filme era sua esposa na vida real quando foi filmado em 2011. Pouco depois eles se separaram.
– A música durante os créditos finais foi composta e cantada pelo ator Val Kilmer e pelo diretor Francis Ford Coppola.

Ficha Técnica

Elenco:
Val Kilmer
Bruce Dern
Elle Fanning
Ben Chaplin
Joanne Whalley
David Paymer
Anthony Fusco
Alden Ehrenreich

Direção:
Francis Ford Coppola

Produção:
Francis Ford Coppola

Fotografia:
Mihai Malaimare Jr.

Trilha Sonora:
Dan Deacon
Osvaldo Golijov

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