Vozes do Além (“White Noise”, EUA, 2005)

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*Essa crítica é mais longa porque foi escrita anteriormente para outro veículo que tinha esse formato.

Vozes do Além é um típico caso de um filme meia boca que tinha tudo pra ser espetacular como terror. Explora um conceito original, como desde Poltergeist não se via. Porém ao contrário desse, preferiu levar a trama para o lugar comum num final cada vez mais absurdo.

Jonathan (Michael Keaton de “Batman”) perdeu sua esposa num misterioso acidente. Pouco tempo depois começa a receber estranhos sinais até descobrir que é possível fazer contato com ela através do FVE (Fenômeno da Voz Eletrônica), isto é, espíritos que tentam contato através da sintonia de eletro-eletrônicos, como TVs, aparelhos de som, etc. Até aí, o filme é bastante promissor.

Já no segundo e terceiro atos que a trama descamba: em vez do filme se dedicar a explorar os efeitos do FVE de forma aterrorizante, ele acaba passando para o suspense barato com uma trama que envolve espíritos maus e até um psicopata, juntamente com visões de coisas antes de elas acontecerem, o que na realidade não faria parte do FVE.

Além disso, o roteiro não se dá o trabalho de explicar como os espíritos maus agem, quem são e quais suas motivações. Muito menos da ligação do psicopata com o resto da história. Assim cada vez que o filme avança, menos ele se conecta com a trama inicial.

Da mesma forma Michael Keaton parece pouco à vontade em sua volta à tela grande (há quase 5 anos ele não fazia um filme que estreou nos cinemas brasileiros). Seu personagem é correto demais e apático demais. Quando o protagonista é apático, o filme, por si só, perde a energia.

Quanto aos aspectos técnicos, o filme toma a decisão correta de não se prender muito a efeitos especiais e, os poucos que existem são bastante competentes em mostrar a violência gráfica. Porém erra feio ao tentar assustar através dos clichês mais manjados de terror (espelho, armários e, é claro, TVs). Pior é o final que chega a ser tão desprezível quanto o que foi feito em “Amigo Oculto”. Mais uma vez é a Síndrome da Reviravolta Medíocre no Final atacando.

O ex-diretor de filmes para TV Geoffrey Sax até filmou de maneira honesta, porém pegou um roteiro bastante equivocado, o que resultou num produto muito abaixo do seu potencial. O que era pra ser o filme de terror daquele ano acabou apenas em ruído.

Nota 4


Ficha Técnica

Elenco:
Michael Keaton
Chandra West
Deborah Kara Unger
Ian McNeice

Direção:
Geoffrey Sax

Produção:
Paul Brooks
Shawn Williamson

Fotografia:
Chris Seager

Trilha Sonora:
Claude Foisy

ELENCO

DIREÇÃO

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